Roma, 04
Dez. 10 / 08:27 am (ACI).- Bispos
e representantes cristãos se retiraram de uma conferência sobre
“Co-existência e tolerância social”, organizada em Erbil pelo
Ministério iraquiano dos Direitos Humanos. O gesto quis ser um protesto contra
mais um crime cometido contra os cristãos. A Rádio Vaticano informou que no dia
anterior ao evento, registrou-se mais uma vítima cristã em Mossul, o engenheiro
Fadi Walid Gabriel, de 26 anos, sírio-ortodoxo, vítima de um assassinato a
sangue frio cometido por três homens.
Segundo a RV, Walid estava em sua loja, no bairro Zuhoor de Mossul, onde também
era sua residência, quando três homens armados invadiram o local e sob a ameaça
de armas o forçaram a sair. Levaram-no até uma loja próxima que estava vazia e
o executaram a sangue frio. Com a morte de Walid Fadi aumenta para oito o
número de cristãos sírios assassinados depois do massacre na Igreja de Nossa Senhora
da Salvação, em Bagdá.
Em sinal de protesto contra o que parece ser uma onda de violência sem fim
contra a minoria cristã, os representantes das comunidades cristãs se retiraram
da conferência, organizada pelo Ministério iraquiano dos Direitos Humanos.
Fontes locais disseram à Rádio Vaticano que o Bispo Afak Assadorian, Presidente
do Conselho das Igrejas no Iraque deu o sinal para a retirada.
Dom Assadorian e outros bispos presentes manifestaram publicamente a sua
indignação com este último ataque contra os cristãos. A sessão foi suspensa,
realizou-se uma reunião de emergência para convencer a delegação cristã a
voltar aos trabalhos. Foi o que ocorreu depois que a mesma recebeu a garantia
de que suas reivindicações serão escritas no “Manifesto”, que será publicado no
final da conferência.
Com a retomada dos trabalhos, em um breve discurso, o arcebispo caldeu de
Kirkuk, Dom Louis Sako afirmou que “é nosso direito democrático pedir ao
governo iraquiano e ao ministro da Defesa que imponham o seu controlo e
protejam os cristãos no Iraque; deveriam proteger a todos, mas neste momento
especialmente os cristãos iraquianos”.