Segundo D. Bernard Fellay em uma carta divulgada na internet: “A Fraternidade encontrou-se numa delicada posição durante grande parte do ano 2012, em razão do último movimento feito por Bento XVI que procurava normalizar a nossa situação. As dificuldades provinham das exigências que acompanhavam a proposta romana – as quais não pudemos e não poderemos nunca subscrever”.
No ano passado, a Santa Sé revelou fez uma proposta a FSSPX para a criação de uma prelatura pessoal, depois de pedir aos seus membros a aceitação de um preâmbulo que “certos princípios doutrinais e critérios de interpretação da doutrina católica necessários para garantir a fidelidade ao magistério da Igreja”.
Entre as questões que separam as duas partes destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.
A notícia ainda afirmou que, D. Bernard Fellay confirma ter recebido uma carta do próprio Bento XVI “a manifestar claramente e sem ambiguidades as condições que eram impostas para uma normalização canônica”.
“Estas condições são de ordem doutrinal: recaem sobre a aceitação total do Concílio Vaticano II e da missa de Paulo VI. Portanto, como escreveu D. Augustine Di Noia, vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei, numa carta dirigida aos membros da Fraternidade São Pio X em fins do ano passado, no plano doutrinal permanecemos no ponto de partida, tal como se estava nos anos 70” do século passado, acrescenta o texto.
Já em março de 2009, Bento XVI enviou uma carta aos bispos de todo o mundo, para explicar a remissão das excomunhões de quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.
Acrescenta-se também que, o agora Papa emérito escreveu que “enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canônica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja (…) enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canônico na Igreja, e os seus ministros (…) não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja”.
Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=95204