Judeus contra a Cristianofobia – EB

(Jews Against Anti-christian Defamation)

Em síntese: Aos 14/04/2005 foi fundado nos Estados Unidos o Movimento Jew Against Anti-Christian Defamation (Judeus contra a Cristianofobia), cujo Manifesto vai, a seguir, reproduzido. Tal Movimento apoia principalmente a Ética Cristã como último obstáculo à desintegração moral da América.

Existe nos Estados Unidos um Movimento dito JEWS AGAINST ANTI-CHRISTIAN DEFAMATION (Judeus contra a Cristianofobia), fundado a 14 de abril de 2005. O seu Presidente, guardado no anonimato, expõe os porquês de tal Movimento em texto que vai, a seguir, transmitido em tradução portuguesa a partir do francês publicado por L’HOMME NOUVEAU nº 1373 de 8/7/06.

 

Judeus contra a Cristianofobia

“Nosso Conselho conta com rabinos, universitários, escritores, cientistas, jornalistas, militantes, responsáveis sionistas e – único na sua categoria – um ator de comédia fantasiosa. Cobrimos um leque de judeus que vai dos ortodoxos aos não praticantes, mas estamos todos decididos a responder aos ataques que fazem sofrer nossos concidadãos cristãos.

Por que se reúnem os judeus para defender os cristãos?

É verdade que, dentre os cristãos, os protestantes são os melhores amigos de Israel fora da Comunidade; são mesmo sustentáculos mais resolutos do que muitos membros da comunidade. É certo que apreciamos o comprometimento dos cristãos sionistas, mas não é isto que nos move agora.

A Liberdade Religiosa ameaçada

Sem dúvida, como cidadãos americanos, estamos profundamente abalados pela injustiça infligida aos cristãos neste país fundado sobre os dogmas do Cristianismo por cristãos fervorosos. Com razão já houve quem observasse que, para a elite, a animosidade anticristã era a última manifestação aceitável do preconceito.

Diariamente assistimos a novos ataques contra os cristãos…

Os opositores cristãos ao casamento homossexual são geralmente equiparados aos nazistas.

Nas Universidades as associações cristãs são sistematicamente censuradas porque recusam estar sob a chefia de estudantes não cristãos cujo estilo de vida contradiz as crenças cristãs fundamentais. Em conseqüência dão apenas uma alternativa aos universitários cristãos: abandonem a sua fé ou percam todo amparo da Universidade.

Há um ano, estávamos em cheio num debate caloroso sobre “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson. De um modo ou de outro, consideravam que um cristão, realizando um filme para a glória de suas crenças, procedia como agressor e era potencialmente perigoso. Mas os dirigentes de Hollywood não fizeram objeção ao filme “A Última Tentação de Cristo” em 1980, filme que atribuía a Jesus uma imaginária vida sexual.

Que os cristãos, praticamente ou não sintam ofendidos pelo blasfemo romance “O Código Da Vinci”; isto parece interessar a pouca gente fora da comunidade cristã.

Campanhas tóxicas

Durante a campanha presidencial de 2000, quando George W. Bush declarou, ao responder a um repórter, que o seu filósofo preferido era Jesus, esta confissão foi por jornalistas considerada como equivalente a dizer: “Estabelecemos uma teocracia”…

A Corte de Alegação do Novo Circuito tentou fazer suprimir “one Nation under God” (uma Nação sob o olhar de Deus) no Juramento de Lealdade. A Corte Suprema terá que decidir se os americanos estão autorizados ou não a expor os Dez Mandamentos em locais públicos.

Os comentários sobre a eleição de Bento XVI eram previsíveis a mais de um título. Pudemos ler que o novo Papa era “um teólogo alemão intransigente”. Escreveram que “ele se situava além da teologia conservadora de João Paulo II” e que professava conceitos tidos como muito duros. Fizeram discretas alusões a algo como seria “um totalitarismo clerical”.

Na verdade, porém, o 265º Pontífice professava a fé naquilo que a Igreja Católica ensina…

Há também quem declare que, se você é um católico, um protestante ou um judeu ortodoxo, que leva a sério a sua religião, você está automaticamente desqualificado para toda função judiciária. Mas por que tais indivíduos não deveriam, eles também, ser excluídos do Parlamento assim como de cargo eletivo? Na verdade, não deveriam ser privados de todos os direitos de cidadão, inclusive do direito de votar? Parece que seria esta a conclusão lógica do teste decisivo imaginado pela esquerda abortista.

Aversão à Moral Cristã

Estas ponderações nos levam ao cerne da problemática abordada.

Por que à esquerda laicista odeia os cristãos conservadores? É questão de Moral e não propriamente de Teologia. Eu ficaria muito surpreso se um dos dirigentes de People for American Way (Gente para o Modo de Viver Americano) fosse incomodado por católicos por causa da doutrina da transubstanciação.

Se são alvo da má vontade dos estabelecimentos oficiais, isto se dá porque os católicos piedosos – assim como os protestantes – se opõem ao aborto, à eutanásia, ao casamento gay e a todo o aparato de medidas sociais adotadas pelo Partido Democrático, os ambientes universitários, os juízes e a mídia em geral.

“Jews Against Anti-Christian Defamation” foi criado porque verificamos que os cristãos vêm a ser o último obstáculo à desintegração moral da América, já que os ataques contra os cristãos têm por motivo o ódio aos valores cristãos.

Mas a Moral do Cristianismo é também a Moral do Judaísmo; donde a expressão “Moral judeo-cristã”. Permanecendo fiéis aos valores eternos revelados no monte Sinai, os cristãos tornaram-se parias aos olhos da sociedade oficial, mas são heróis aos nossos olhos.

Enfim nós compreendemos que, se os cristãos titubeassem, a América inteira decairia, o que teria conseqüências desastrosas  tanto para os judeus como para os cristãos”.

Comentando

É louvável a atitude dos judeus que tomam a defesa de cristãos injustiçados. Seja Deus louvado por este gesto!

A parte final do artigo transcrito é de grande importância, pois tenta destacar as razões da perseguição aos cristãos, especialmente aos católicos: é a fidelidade à lei de Deus, que fala tanto pela consciência ética existente em cada ser humano quanto pela Revelação bíblica. Aborto, eutanásia, casamento gay… são práticas que não se conciliam com a lei do Senhor, mas vêm tomando vulto na sociedade contemporânea. Rejeitá-las publicamente é correr o risco da aversão dos homens, mas é serviço a esses mesmos homens, pois atesta algo de raro e precioso: o amor à verdade, a fidelidade a Deus em termos incondicionais. Uma tal radicalidade é um discurso que fala alto a quem sabe ouvir.
O texto reconhece este serviço ao afirmar que “os cristãos vêm a ser o último obstáculo à desintegração moral da América”. São dizeres sábios e reconfortantes para quem deseja ser útil ao próximo.

Revista :    PERGUNTE E RESPONDEREMOS
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 534   – Ano : 2006  – Pág. 562

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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