Jesus, um Rei paradoxal

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James Hunter no seu “best seller”, “O monge e o executivo”, traz essa frase de Napoleão Bonaparte, o grande general francês que pretendia dominar a Europa:

“Alexandre Magno, Cesar, Carlos Magno e eu fundamos impérios na força. Jesus fundou seu império baseado no amor e até hoje milhões de pessoas morreriam por ele”.

De fato, o Reino de Jesus continua até hoje, e milhares já morreram por Ele, e muitos ainda morrem, porque seu “império” foi construído não pela riqueza, pelas conquistas materiais, pelo poder e pela glória, mas pelo amor. “Meu reino não é deste mundo!”. O amor o levou a sacrificar-se a Si mesmo para salvar cada um daqueles que Ele ama.

Por isso a vida de Jesus foi paradoxal. E hoje, até alguns escritores de auto ajuda ou de marketing, se espelham Nele e não nos grandes conquistadores da História. Jesus é um conhecedor profundo da alma humana; como homem e Deus que é, conhecia tudo do ser humano e tudo que ele precisa para ser feliz. Dai vem sua didática e psicologia perfeitas que encantam as multidões. Ninguém como Jesus soube usar tão bem as comparações, as parábolas, etc.

A famosa escritora americana Laurie Beth Jones (falando ao Globo) disse:

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“Os executivos de hoje têm de se apoiar no exemplo de Jesus que tinha uma equipe de 12 pessoas imperfeitas e conseguiu coordena-las em torno de uma meta”. “Eles viraram o mundo do avesso. A questão que levanto é como esta pessoa andou pela Terra e fez de seus colegas gente tão motivada? Executivos estão fazendo isso com seus subordinados”. “Proponho que todos treinem a equipe de modo a fazer o que Jesus fez. A produtividade vai aumentar, bem como a lealdade e a satisfação no trabalho”.

Charles C. Mariz escreveu o “best seller”: “Jesus, o maior executivo que já existiu” (Negócio Editora). Mark W. Baker escreveu outro “best seller”: “Jesus, o maior psicólogo que existiu” – (Sextante).

Jeffrey A. Krames, um judeu não católico, escreveu recentemente, “Lidere com humildade, 12 lições do Papa Francisco”, “Maior líder do mundo” (Revista Fortune – 2014). É tudo o que Jesus fez e ensinou.

Augusto Cury – médico psiquiatra, escreveu 5 livros para exaltar Jesus Cristo: O Mestre dos mestres, O Mestre da sensibilidade, O Mestre da vida, O Mestre do amor, O Mestre inesquecível.

Augusto Cury, em O Mestre dos Mestres (2006, p. 23), afirma que “Jesus, quando queria falar, ainda que suas palavras lhe trouxessem grandes transtornos, não se intimidava. Pelo contrário, mesclava a singeleza com a eloquência, a humildade com a coragem intelectual, a amabilidade com a perspicácia”.

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É preciso trabalhar pelo Reino de Deus

As últimas Promessas de Jesus

Nenhum mestre fundou uma Igreja de 2000 anos, 266 papas, 1,2 bilhão de adeptos. O racionalista francês Renan (1823-1892) teve de admitir que:

“Com seu perfeito idealismo, Jesus é a mais alta regra de vida, a mais destacada e a mais virtuosa. Ele criou o mundo das almas puras, onde se encontram o que em vão se pedem à terra, a perfeita nobreza dos filhos de Deus, a santidade consumada, a total abstração das mazelas do mundo, a liberdade enfim”. «Jesus… criou o ensinamento prático mais belo que a humanidade recebeu».(idem pag. 125). (Vie de Jèsus, 14 c, XV, XVII, XX, XXVIII). “Ele concebeu a verdadeira cidade de Deus, o verdadeiro renascimento, o Sermão da Montanha, a apoteose do fraco, o amor do povo, o gosto do pobre, a reabilitação de tudo quanto é humilde, verdadeiro e simples. Esta reabilitação ele a fez como artista incomparável, com caracteres que durarão eternamente. Cada um de nós lhe é devedor do que tiver em si de melhor”. “Jesus Cristo nunca será superado” (idem pag. 325).

“Jesus está no mais alto cimo da grandeza humana… superior em tudo aos seus discípulos… princípio inesgotável de conhecimento moral, a mais alta… Nele se condensa tudo quanto existe de bom e elevado em nossa natureza” (ibid. pag. 465, 468, 474).

Adolf von Harnack, chefe do racionalismo alemão (1851-1830) disse de Jesus:

“A grandeza e a força da pregação de Jesus estão em que ela é, ao mesmo tempo, tão simples e tão rica, tão simples que até encerrada em cada um dos pensamentos fundamentais por ela expressados, tão rico que cada um dos seus pensamentos parece inesgotável, dando-nos a impressão de que jamais chegamos ao fundo das suas sentenças e parábolas”. “Jesus pôs à luz pela primeira vez, o valor de cada alma humana e ninguém pode desfazer o que Ele fez”. “Qualquer que seja a atitude que, diante de Jesus Cristo, se adote, não se pode deixar de reconhecer que na História, foi Ele quem elevou a Humanidade a esta altura”. “Quem se esforçar por conhecer Aquele que trouxe o Evangelho, testemunhará que aqui o divino apareceu com a pureza com que é possível aparecer na terra” (A. Harnack, Das Wesen des christentums, 1901, pag. 33 e 34).

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), expoente máximo do iluminismo francês disse:

“Se a vida e a morte de um Sócrates são as de um sábio, a vida e a morte de Jesus Cristo são a de um Deus”.

David Friedrich Strauss inimigo feroz do catolicismo, disse: “Cristo não podia ter sucessor que se lhe avantajasse… Jamais, em tempo algum, será possível ascender mais alto que Ele, nem imaginar-se nada que sequer o iguale” (Laburu, Jose, Jesus Cristo é Deus, Ed. Cléofas, 2012).

Cristo, na linguagem do amor, trouxe ao mundo “a fé que arrasta montanhas”, a “esperança que não decepciona” (Rom 5,5), a caridade que é “o vínculo da perfeição”. O ensinamento de Cristo foi valorizado porque trazia uma “novidade”, uma “boa nova”, olhava o homem como um “filho de Deus”; ninguém era mais escravo, grego ou judeu, todos eram filhos de Deus.

A moral de Cristo trouxe a libertação da mulher, do escravo (veja a Carta de São Paulo a Filemon, no ano 57), dos gladiadores, etc. Como disse o grande escritor da História da Igreja, “a santidade salvou a Igreja e a Igreja de Cristo salvou o Ocidente” do paganismo romano depois dos bárbaros que dominaram o Império. Os escravos amavam tanto a Cristo e o Evangelho que davam a vida por eles, como por, exemplo a jovem escrava de Cartago, santa Felicidade.

A doutrina cristã encantava tanto os corações que os cristãos preferiam a morte no Coliseu de Roma, nos estádios de Nero, Domiciano, Diocleciano, Trajano, etc., do que apostatar, negar Jesus Cristo. Tertuliano, no ano 180, escreveu ao imperador romano Antonino Pio, que não adiantava matar os cristãos porque “o sangue dos mártires era semente de novos cristãos”.

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Cristo é Rei, mas um Rei diferente, que ao invés de se sentar num trono de glória, deita-se sobre o lenho da cruz. Que ao invés de nascer num palácio de Cesar, Herodes ou Pilatos, nasce numa gruta fria de Belém. Que ao invés de entrar em Jerusalém montado em um belo cavalo branco, entra montado em um jumentinho. Que ao invés de pregar a guerra prega o perdão, no lugar da ostentação prega a humildade; no lugar da vingança prega a mansidão; no lugar das rivalidades prega a paz; ao invés do prazer prega a “porta estreita”.

Por isso cantamos com alegria:

“Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu Rei, e bendizer o vosso nome pelos séculos. Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre. Grande é o Senhor e muito digno de louvores, e ninguém pode medir sua grandeza” (Sl 144,1-3).

“O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração” (Sl 144,13).

“Ele traz escrito em seu manto real e na faixa um Nome: Rei dos reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19,16). Glória a Ele e poder pelos séculos!

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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