Instrução sobre as orações para alcançar a Deus a cura – Parte Final

continuação
Art. 5 – § 1. As orações de
cura não litúrgicas realizam-se com modalidades diferentes das celebrações
litúrgicas, tais como encontros de oração ou leitura da Palavra de Deus, salva
sempre a vigilância do Ordinário do lugar, em conformidade com o can. 839, § 2.

§ 2. Evite-se cuidadosamente
confundir estas orações livres não litúrgicas com as celebrações litúrgicas
propriamente ditas.

§ 3. É necessário, além
disso, que na sua execução não se chegue, sobretudo por parte de quem as
orienta, a formas parecidas com o histerismo, a artificialidade, a teatralidade
ou o sensacionalismo.

Art. 6 – O uso de
instrumentos de comunicação social, nomeadamente a televisão, durante as
orações de cura, tanto litúrgicas como não litúrgicas, é submetido à vigilância
do Bispo diocesano, em conformidade com o estabelecido no can. 823 e com as
normas emanadas pela Congregação para a Doutrina da Fé na Instrução de 30 de
Março de 1992.(30)

Art. 7 – § 1. Mantendo-se em
vigor quanto acima disposto no art. 3 e salvas as funções para os doentes
previstas nos livros litúrgicos, não devem inserir-se orações de cura,
litúrgicas ou não litúrgicas, na celebração da Santíssima Eucaristia, dos
Sacramentos e da Liturgia das Horas.

§ 2. Durante as celebrações,
a que se refere o art. 1, é permitido inserir na oração universal ou «dos
fiéis» intenções especiais de oração pela cura dos doentes, quando esta for
nelas prevista.

Art. 8 – § 1. O ministério
do exorcismo deve ser exercido na estreita dependência do Bispo diocesano e, em
conformidade com o can. 1172, com a Carta da Congregação para a Doutrina da Fé
de 29 de Setembro de 1985(31) e com o Rituale Romanum.(32)

§ 2. As orações de
exorcismo, contidas no Rituale Romanum, devem manter-se distintas das
celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas.

§ 3. É absolutamente
proibido inserir tais orações na celebração da Santa Missa, dos Sacramentos e
da Liturgia das Horas.

Art. 9 – Os que presidem às
celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, esforcem-se por manter na
assembleia um clima de serena devoção, e actuem com a devida prudência, quando
se verificarem curas entre os presentes. Terminada a celebração, poderão
recolher, com simplicidade e precisão, os eventuais testemunhos e submeterão o
facto à autoridade eclesiástica competente.

Art. 10 – A intervenção da
autoridade do Bispo diocesano é obrigatória e necessária, quando se verificarem
abusos nas celebrações de cura, litúrgicas ou não litúrgicas, em caso de
evidente escândalo para a comunidade dos fiéis ou quando houver grave
inobservância das normas litúrgicas e disciplinares.

O Sumo Pontífice João Paulo
II, na Audiência concedida ao abaixo assinado Prefeito, aprovou a presente
Instrução, decidida na reunião ordinária desta Congregação, e mandou que fosse
publicada.

Roma, Sede da Congregação
para a Doutrina da Fé, 14 de Setembro de 2000, Festa da exaltação da Santa
Cruz.

+ Joseph Card. RATZINGER,
Prefeito

+ Tarcisio BERTONE, S.D.B.,
Arc. Emérito de Vercelli,
Secretário

(1) JOÃO PAULO II, Exortação
Apostólica Christifideles laici, n. 53, AAS 81(1989), p. 498.

(2) Catecismo da Igreja
Católica, n. 1502.

(3) JOÃO PAULO II, Carta
Apostólica Salvifici doloris, n. 11, AAS, 76(1984), p. 12.

(4) Rituale Romanum, Ex
Decreto Sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum, Auctoritate
Pauli PP. VI promulgatum, Ordo Unctionis Infirmorum eorumque Pastoralis Curae,
Editio typica, Typis Polyglottis Vaticanis, MCMLXXII, n. 2.

(5) JOÃO PAULO II, Carta
Apostólica Salvifici doloris, n. 19, AAS, 76(1984), p. 225.

(6) JOÃO PAULO II, Exortação
Apostólica Christifideles laici, n. 53, AAS 81(1989), p. 499.

(7) Ibid., n. 53.

(8) Catecismo da Igreja
Católica, n. 1511.

(9) Cfr. Rituale Romanum, Ordo
Unctionis Infirmorum eorumque Pastoralis Curae, n. 5.

(10) Ibid., n. 75.

(11) Cfr. Ibid., n. 77.

(12) Missale Romanum, Ex
Decreto Sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum, Auctoritate
Pauli PP. VI promulgatum, Editio typica altera, Typis Polyglottis Vaticanis,
MCMLXXV, pp. 838- 839.

(13) Cfr. Rituale Romanum,
Ex Decreto Sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum, Auctoritate
Ioannis Pauli II promulgatum, De Benedictionibus, Editio typica, Typis
Polyglottis Vaticanis, MCMLXXXIV, n. 305.

(14) Cfr. Ibid., nn.
306-309.

(15) Cfr. Ibid., nn.
315-316.

(16) Cfr. Ibid., n. 319.

(17) Rituale Romanum, Ordo
Unctionis Infirmorum eorumque Pastoralis Curae, n. 3.

(18) Cfr. CONCILIO DE
TRENTO, sessão XIV, Doctrina de sacramento extremae unctionis, cap. 2: DS,
1696.

(19) AUGUSTINUS IPPONIENSIS,
Epistulae 130, VI,13 (PL 33,499).

(20) Cfr. AUGUSTINUS
IPPONIENSIS, De Civitate Dei 22, 8,3 (PL 41,762-763).

(21) Cfr. Missale Romanum,
p. 563.

(22) Ibid., Oratio
universalis, n. X (Pro tribulatis), p. 256.

(23) Rituale Romanum, Ordo
Unctionis Infirmorum eorumque Pastoralis Curae, n. 75.

(24) GOAR J., Euchologion
sive Rituale Graecorum, Venetiis 1730 (Graz 1960), n. 338.

(25) DENZINGER H., Ritus
Orientalium in administrandis Sacramentis, vv. I-II, Würzburg 1863 (Graz 1961),
v. II, 497-498.

(26) Rituale Romanum, Ex
Decreto Sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum, Auctoritate
Pauli PP. VI promulgatum, De Sacra Communione et de Cultu Mysterii Eucharistici
Extra Missam, Editio typica, Typis Polyglottis Vaticanis, MCMLXXIII, n. 82.

(27) Cfr. Rituale Romanum, De
Benedictionibus, nn. 290-320.

(28) Ibid., n. 39.

(29) E quantos a ele são
equiparados em virtude do can. 381, § 2.

(30) CONGREGAÇÃO PARA A
DOUTRINA DA FÉ, Instrução Il Concilio Vaticano II, Sobre alguns aspectos do uso
dos instrumentos de comunicação social para a promoção da doutrina da fé,
Cidade do Vaticano [1992].

(31) CONGREGATIO PRO
DOCTRINA FIDEI, Epistula Inde ab aliquot annis, Ordinariis locorum missa: in
mentem normae vigentes de exorcismis revocantur, 29 septembris 1985, in AAS 77(1985), pp.
1169-1170.

(32) Cfr. Rituale Romanum,
Ex Decreto Sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum, Auctoritate
Pauli PP. VI promulgatum, De exorcismis et supplicationibus quibusdam, Editio
typica, Typis Vaticanis, MIM, Praenotanda, nn. 13-19.

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.