Instituto apoia políticos católicos “nas trincheiras”

Amigos e amigas,

Diante da cristianofobia que cresce no mundo foi criado este Instituto cristão em defesa da fé cristã em todo o mundo. Penso que seja do interesse de todos.

(Prof. Felipe Aquino)


Promovendo a dignidade humana e a voz cristã no âmbito público
Por Edward Pentin

ROMA, segunda-feira, 4 de abril de 2011 (ZENIT.org) – Já que a cristãofobia continua se expandindo e a doutrina da Igreja está se tornando um tabu na política do Ocidente, como os políticos cristãos podem se atrever a falar em defesa da fé?

A resposta pode estar no Instituto “Dignitatis Humanae”. Fundado há apenas dois anos por um pequeno grupo de parlamentares e políticos europeus católicos, este organismo é composto por vários grupos de trabalho de vários parlamentos, que se dedicam a difundir seu ponto de vista pelo mundo inteiro.

Seu objetivo, de acordo com Benjamin Harnwell, presidente e fundador do Instituto, é converter-se em uma plataforma através da qual os políticos cristãos possam apresentar, de uma maneira melhor, respostas coerentes, moderadas e orientadas ao número crescente de leigos radicais e extremistas da vida pública.

“A parceria entre esses grupos de trabalho não é uma federação ou uma confederação, mas sim um comboio ou frota – disse Harnwell. A maneira pela qual os militantes leigos trabalham é recrutando pessoas-chave através de uma mistura de intimidação, difamação e assédio; por isso estamos reunindo pessoas que se sentem conscientemente parte deste comboio, para que não se sintam isoladas e expostas a esse tipo de ataques de franco-atiradores.”

O Instituto está atualmente criando um escritório internacional em Roma, além de sua sede no Parlamento Europeu, o que ajudará a coordenar estes grupos de trabalho. Os princípios básicos deste Instituto são definidos na sua “Declaração Universal da Dignidade Humana”, elaborada originalmente por Harnwell, um membro do Parlamento irlandês, Gay Mitchell e um membro do Parlamento britânico, Nirj Deva.

A declaração tem três princípios fundamentais: que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus; que esta imagem é inerente a todo ser humano, sem exceção, da concepção à morte natural; e que a maneira mais eficaz de proteger este reconhecimento é através da participação da fé cristã em público.

Um fator-chave de motivação para o Instituto é que no âmbito público se espera que os cristãos mantenham a sua fé em privado, mas não é esperado isso de nenhum outro. “Ninguém sugeriria a um ateu, maçom, socialista ou capitalista que escondesse seus princípios mais importantes – disse Harnwell -, já que, ao contrário dos cristãos – e de outras comunidades de crentes -, não se espere que eles se tornem ‘atores neutros’.”

O presidente do instituto também lamenta que os governos, por exemplo, se esforcem em falar do contributo positivo que muçulmanos dão à sociedade, mas raramente falem do bem que os cristãos oferecem. Ele afirma que esse alto grau de intolerância ideológica, especificamente contra os cristãos, está crescendo. Citou em especial o caso dos proprietários cristãos de um ‘Bed&Breakfast’ que negaram um quarto para um casal homossexual. “Isso nunca teria acontecido 10 anos atrás”, disse Harnwell, nativo de Leicestershire, na Inglaterra. “Esses casos de teste, que começaram na periferia da curva de Gauss, após uma geração, estão no seu centro.”

Os crentes não precisam se impor

Harnwell teve a ideia de criar o instituto depois de que o político italiano Rocco Buttiglione foi obrigado a rejeitar a sua nomeação como comissário para a Justiça, Liberdade e Segurança da União Europeia, por expressar seu ponto de vista católico sobre a homossexualidade e as mulheres.

“Ele foi rejeitado, dito por um socialista britânico do Parlamento, não pelo que ele disse, mas falar como um católico – afirmou Harnwell. Pela primeira vez, percebi a condição imposta às figuras públicas: despojar-se de sua condição de cristãos, para serem aceitas em um ambiente secular militante.”

Harnwell conservou esta ideia no fundo de sua mente, enquanto trabalhava como assistente de Deva, no Reino Unido. “Quando, depois de alguns anos, eu me mudei para Bruxelas, senti que estava em posição de fazer algo sobre isso, mas não sabia o que exatamente”, lembra ele. Foi a esposa de Deva, Indra, que o encorajou a fazer algo relacionado à Igreja e ao cristianismo.

Mais tarde, dedicou-se à criação de uma espécie de fórum para “cristãos ativos na vida pública”, e uma das coisas que se pretendia era que o assunto de Buttiglione não voltasse a acontecer. “Então foi quando meu chefe, Nirj Deva, aconselhou-me falar com Gay Mitchell, ex-ministro europeu e muito respeitado membro irlandês do Parlamento, com quem havíamos trabalhado no Comitê de Desenvolvimento, para pedir-lhe que assumisse a liderança política desta iniciativa”, disse.

Nirj Deva, que é presidente do Comitê Internacional do Instituto da Dignidade Humana, tem muitas esperanças depositadas neste novo organismo. “Minha filosofia política se formou durante a Guerra Fria, e ainda me sinto afetado pelo caráter desumano dos regimes ideológicos que negam a dignidade humana no indivíduo, em favor do coletivo – disse. Não é por acaso que os experimentos totalitários do século XX tenham sido decidida e resolutamente opostos à fé cristã. Portanto, considero a Declaração Universal da Dignidade Humana essencial para a promoção da paz e da prosperidade do século XXI.”

Até agora, o instituto recebeu uma resposta positiva, mas seus fundadores não se iludem, já que o caminho será longo e terá muitos desafios. “Demorará uma geração e só estamos no segundo ano”, afirmou Harnwell. Mas ele espera que, à medida que os grupos parlamentares forem se colocando em marcha nas legislaturas do mundo inteiro, sua efetividade crescerá.

Vários importantes políticos cristãos estiveram muito contentes por colocar seu nome nesta nova empresa: o cardeal Renato Martino, ex-presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, é o presidente honorífico. Rocco Buttiglione e Otto de Habsburgo são patrocinadores.

Enquanto isso, os grupos de trabalho já estão em marcha em diversos países e instituições, inclusive na Itália e na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. O respeitado ativista pró-vida Lord Alton, de Liverpool, criou o grupo de trabalho do Reino Unido, no qual Alveda King foi orador convidado, e o político católico britânico, Iain Duncan Smith, foi convidado de honra. O organismo espera criar um grupo de trabalho nos Estados Unidos no final deste ano, sob a direção do congressista Chris Smith.

Era de céticos

Falando com ZENIT, o cardeal Martino disse que “estava muito contente” diante da iminente abertura do novo escritório internacional do Instituto de Roma.

“É importante – de fato, eu diria que é necessário – promover o reconhecimento da infinita dignidade do homem, baseada no fato de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus – afirmou. Isso é o que a Declaração Universal da Dignidade Humana, base intelectual do nosso trabalho, estabelece muito bem. Eu disse em outros lugares que devemos dar graças a Deus por este presente, por ter-nos feito à imagem e semelhança sua. Porque este grande dom vai direto ao coração da nossa fé.”

Mas o cardeal recorda que também é muito importante que os católicos tenham credibilidade nesta era de céticos, “para dar tantos frutos, de acordo com este princípio, quanto for possível”. Portanto, disse que esperava passar sua aposentadoria gastando suas energias como presidente honorífico “focado no lado humanitário da promoção da dignidade humana, especialmente nos direitos das crianças deste mundo em desenvolvimento”.

Os fundadores do instituto insistiram em que seu objetivo não é o proselitismo nem qualquer forma subversiva, mas que foi criado devido ao crescimento da intolerância leiga com relação aos cristãos de todas as confissões. “Só pedimos um maior espírito de respeito e tolerância, que é o que se dá àqueles com pontos de vista radicalmente diferentes dos nossos”, disse Harnwell.

No entanto, apesar de que os políticos cristãos que não têm medo serão essenciais para deter esta corrente de cristianofobia, o instituto tem uma aspiração maior. “A cultura precisa voltar a ser cristã novamente, porque, dessa maneira, será a própria cultura que limitará os extremismos presentes nela – afirmou Harnwell. Um pequeno grupo de membros do Parlamento não pode fazer isso e, se tentássemos, poderia ser contraproducente. O que se necessita é uma re-evangelização da cultura.”

Quem quiser, pode apoiar o instituto por meio da sua assinatura na Declaração Universal, no site http://www.dignitatishumanae.com



Permalink: http://www.zenit.org/article-27660?l=portuguese

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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