Histório da Pesquisa com Células Embrionárias Humanas

James Thomson relata
que, frente aos resultados que obteve com células embrionárias (CE) de macaco,
procurou reproduzi-los com CE humanas, que obteve de embriões humanos de
clínicas de reprodução assistida.

Como havia necessidade de matar embriões
humanos para obter estas células e isto causaria má impressão no meio acadêmico
e no público em geral, ele consultou um bioeticista. Queria saber o que fazer
para conseguir publicar seu trabalho. O “bioeticista” utilitarista sugeriu que
Thomson desse uma utilidade a tal experimento. Thomson propôs um objetivo
“humanitário”: curar dibetes, doença de Parkinson e Alzheimer. Tratava-se de
salvar vidas com o transplante das CE humanas. Fato que não ocorreu até hoje,
pois as CE humanas transplantadas são rejeitadas por incompatibilidade
imunológica ou dão tumores, os teratomas.

Quando começaram a
sair os bons resultados com o auto-transplante de células tronco adultas (CTAs)
obtidas da medula óssea(MO) do próprio paciente, como foi o caso dos 14
pacientes enfartados, tirados da fila de transplante, tratados com CTAs
extraídas de suas MO pelo Dr. Radovan Borojevic e Dr. Hans Doham, dos quais
estão vivos 13 até hoje, começou-se a dizer que as CE eram melhores porque eram
pluripotentes. As CEs poderiam se transformar em qualquer tecido, mas de acordo
com McGuckin tal fato não foi demonstrado até hoje por problema metodológico:
não existe uma tecnologia que permita distinguir todos os tipos de células do
organismo humano.

No entanto, a possibilidade de curar doenças
degenerativas com CE humanas foi aceita com entusiasmo, pois
“parece que se gosta de  estórias da carochinha”, de acordo com Dr.
Weiss. Desta maneira se propagou entre médicos, alguns pesquisadores e entre
não cientistas: os jornalistas e os políticos, a ideologia da cura com CE
humanas.

As consequências da fé em tão falso paradigma
foram:

1) Thomson e sua
Universidade de Wiscosin (UW) conseguiram a patente da cultura das CEs humanas.
Quando foi aprovada a verba de 3 bilhões de dólares na Califórnia para se
pesquisar as CEs humanas a UW exigiu que lhe fosse dado 25% deste valor.

2) Algumas firmas de
biotecnologia resolveram apostar nas CEs humanas. Por exemplo a “Geron
Corpoaration” que vendeu milhares de ações à comunidade judia de Nova York.
Atualmente a “StemGen” e a “Advanced Cell Technology” estão tentando
sobreviver, clonando animais e mesmo seres humanos.

3) Como se trata de
eliminar embriões humanos as fundações 
abortistas como Rockfeller, Ford, McArthur vem financiando estes
projetos de  pesquisa que envolve a morte
de embriões. Investe nas revistas 
Nature, Science e New England Journal of Medicine (NEJM), que
continuamente publicam noticias e artigos falsos da “Advanced Cell Technology”
e outras. Por exemplo, o caso escandaloso do coreano Hwang onde a NEJM não se
retratou até hoje dos elogios que fez a estes trabalhos falsos.

4) A mídia anuncia os
sucessos das pesquisas com CTAs referindo 
como CTs simplesmente, querendo que seja assumido que são CEs.

Interessante que tem um deputado  candidato a reeleição que afirma categoricamente a favor das pesquisas com CTs.
Afinal também somos, mas não com as CEs humanas!

 A mídia brasileira
atualmente está muda relativo aos resultados com CTAs. Não divulgou que Jaenish
conseguiu curar anemia falciforme em camundongos, com células iPSC, das quais
retirou o oncogene c-Myc. Não deu noticia da visita de Dr. Paul Sanberg,
autoridade mundial em CTAs. Tem 25 patentes de tratamento de doença de
Parkinson e Alzheimer com auto-transplante de CTAs de MO e com CTAs de sangue
de cordão umbilical.

 A falácia das CEs
humanas terminou com os resultados do Dr. Shynia

Yamanaka que conseguiu transformar células
adultas da pele humana em células com características embrionárias, as iPSC. Os
pesquisadores que estavam envolvidos com CEs humanas já mudaram para CTAs e
iPSC. É o caso do próprio Thomson, de Wilmut e Jaenisch.

 5) Com as pesquisas
com CEs humanas, que para serem obtidas é necessário matar embriões
humanos,  foi retirado o status moral do
embrião humano. Com isto a Igreja se viu na obrigação de defender esta pessoa
humana no seu estado desenvolvimento em que se encontra mais vulnerável, mais
indefesa. Esta posição firme levou os defensores de tais pesquisas com CEs
humanas a questionarem fatos como o inicio da vida humana, com propostas
absurdas e inverdades. Em resumo, desumanizaram o embrião humano. Passaram a
atacar a Igreja com argumentos já usados pelos abortistas. Atacam a religião de
um modo geral, pois agora não é só a Igreja que defende a dignidade do embrião
humano, mas a religião e afirmam que existe um confronto entre ciência versus
religião. O que não é verdade, mas é uma tentativa de desqualificar a defesa do
embrião humano por qualquer credo.Usam de chavões, todos importados dos EUA,
onde todo embate se iniciou:

 1) Queremos salvar
vidas.

 2) Só com CEs humanas
poderemos ter cura de doenças incuráveis.

 3) Vamos ter de pagar
royalties(quem não entende do assunto até acredita).

 4) O SUS vai ter de
pagar tratamento no exterior.

 5) A Igreja é
retrógrada, quer atrasar o desenvolvimento científico.

 

 Tenho dito,

 

 ROMA  20
de fevereiro de 2008
Por: Dra. Alice
Teixeira Ferreira*

 

*Formada em Medicina,
pela Escola Paulista de Medicina, em 1967.Doutora em Biologia
Molecular pela Escola Paulista de Medicina em 1971. Pós-Doutorado na “Research Division
of Cleveland Clinic Foundation, 
Cleveland, Ohio, Estados Unidos em 1972”.Livre Docente em
Biofísica, pela Universidade Federal de São Paulo -EPM em1996.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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