Histórica igreja dedicada a São José em Roma recupera teto após desabamento

Segundo o ACI (02/03/2021), anunciam que a histórica Igreja barroca de São José dos Carpinteiros, cujo interior ficou praticamente destruído depois do desabamento do teto, estaria completamente restaurada para receber a celebração da festa de São José, em 19 de março, no Ano de São José.

Em sua carta apostólica Patris corde (Coração de Pai), o Papa Francisco convocou o Ano de São José de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021 para comemorar o 150º aniversário da proclamação deste santo como padroeiro da Igreja universal.

National Catholic Register notou que este ano especial de São José coincidiu com o fim das obras de restauração da famosa e histórica Igreja de São José dos Carpinteiros, localizada em Roma (Itália).

A igreja de 400 anos é a mais antiga dos cinco templos dedicados ao pai adotivo de Cristo em Roma, que são: a igreja de San Giuseppe a Capo le Case, a igreja de San Giuseppe a Via Nomentana, a Basílica de San Giuseppe al Trionfale e a igreja de San Giuseppe all’Aurelio.

O templo é conhecido porque debaixo está a antiga Prisão Mamertina na qual se acredita que estiveram presos São Pedro e São Paulo.

Register explicou que no século IV a Igreja de São Pedro foi construída em Carcere sobre a prisão dos apóstolos mártires. Em 1540, a Congregação dos Carpinteiros alugou esta igreja para realizar suas celebrações e reuniões religiosas, mas logo sentiram a necessidade de construir um templo maior que pudessem dedicar a São José, seu santo padroeiro.

Um dos elementos mais destacados da igreja de São José dos Carpinteiros é o seu telhado, que foi construído no início do século XVII, a partir de um desenho de Giovanni Battista Montano. Feito de madeira dourada que inclui pinturas escultóricas do Natal e de São Pedro e São Paulo.

Lamentavelmente, em 30 de agosto de 2018, a abóboda da igreja de São José dos Carpinteiros desabou repentina e dramaticamente. Embora não tenha havido vítimas, porque a igreja estava vazia durante o evento, o desabamento causou a destruição do precioso telhado e danificou cerca de 40% do chão da igreja, assim como um dos seus órgãos.

O prejuízo causado ao interior de sua infraestrutura foi tão grave que os habitantes locais e os amantes da arte tinham poucas esperanças de ver o templo barroco restaurado.

No entanto, graças à eficiente sinergia entre as várias autoridades competentes do Vicariato de Roma e vários artesãos, decidiram que o teto poderia estar completamente restaurado para a Festa de São José, em 19 de março de 2020. No entanto, esse plano foi adiado pela pandemia e os trabalhos de restauração tiveram que continuar este ano.

As instituições romanas que participaram desta gestão foram a Soprintendenza Speciale Archeologia Belle Arti e Paesaggio di Roma (departamento governamental responsável pelo patrimônio arqueológico e artístico de Roma) e o Istituto Superiore per la conservazione ed il restauro (Instituto Superior para a Conservação e Restauração).

Embora a pandemia de Covid-19 tenha atrasado significativamente a restauração, a crise nunca afetou a determinação dos restauradores, que trabalharam durante todo o verão para garantir que o trabalho restante dentro da igreja estivesse completamente concluído no início de 2021.

O diretor da obra de restauração da igreja, Alessandro Bozzetti, disse ao Register que o momento mais memorável durante a restauração foi quando encontraram uma estátua do Menino Jesus entre os escombros, jogada no chão, olhando para uma estátua da Virgem Maria, também entre os escombros, apoiada em um banco.

O diretor da obra disse que agora o trabalho está muito avançado e que conseguiram recuperar 90% dos fragmentos das obras escultóricas.

“Começamos um ótimo trabalho de reconstrução juntando inclusive as peças muito pequenas, como em um quebra-cabeça, e conseguimos reconstruir a maior parte do telhado”, disse. Isso permitiu que a equipe coloque com sucesso no centro do teto o relevo que representa a cena do Natal.

Bozzetti disse que a conclusão da obra coincidiu com a celebração do Ano de São José e explicou que esse fato não estava previsto, “pois a prioridade absoluta era a igreja e a restauração de sua beleza”.

“Temos perseguido esse esforço com tanta paixão e devoção, assim como São José costumava trabalhar e viver — em silêncio, com poucas palavras e muitas ações”, disse.

Além disso, assinalou que, embora a igreja não esteja aberta ao público devido às atuais restrições de saúde diante da pandemia, uma cerimônia de reabertura poderia ser realizada para a Festa de São José, em 19 de março.

Para Bozzetti, “este importante primeiro passo no processo de restauração foi alcançado em tempo recorde” e afirmou que seu trabalho é comparável ao trabalho de reconstrução realizado dentro da Basílica de São Francisco de Assis (Itália), após o terremoto devastador de 1997.

Em um vídeo publicado no canal do YouTube da Igreja de São José dos Carpinteiros, o reitor desta igreja e Bispo auxiliar de Roma, Dom Daniele Libanori, expressou sua alegria em poder “voltar aqui [ao templo] para a festa de São José e admirar o trabalho perfeito de restauração”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/historica-igreja-dedicada-a-sao-jose-em-roma-recupera-teto-apos-desabamento-50998

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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