Governo comunista chinês segue perseguindo católicos

Continuam chegando ecos das indignações das autoridades comunistas desse país contra membros da Igreja Católica fiel ao Vaticano.

Segundo site GaudiumPress, às vésperas da renovação do acordo China-Vaticano -que é dado como certo, apesar da pressão contra a diplomacia norte-americana- continuam chegando os ecos das indignações das autoridades comunistas desse país contra membros da Igreja Católica fiel ao Vaticano, principalmente daqueles que se negam a aderir à denominada Associação Patriótica Católica Chinesa (CPCA, sigla em inglês).

Religiosas preferem ser presas do que ceder às pressões do governo comunista

Exemplo disso é o que acontece com algumas freiras da Diocese de Xuanhua, na província de Hebei, que são continuamente pressionadas a ingressar na CPCA. “Preferimos ser presas e encarceradas do que preencher esses requerimentos”, expressou uma das religiosas. “Depois que os formulários [de inscrição do CPCA] fossem preenchidos, eles nos convocariam para assistirmos aulas de treinamento na capital da província, Shijiazhuang, onde seríamos doutrinadas com a ideologia do Partido Comunista Chinês, como fazem com os sacerdotes”.

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

Em junho passado, o governo da cidade de Gaojiaying no distrito de Chongli da cidade de Zhangjiakou ordenou que as freiras que serviam na Igreja Católica da cidade, que se recusaram a ingressar na CPCA, deixassem a área porque “não eram locais”. Abandonar a área é realmente um eufemismo, pois essa ordem equivale a um exílio. Algumas dessas religiosas vivem lá há 20 anos e não têm parentes que as possam acolher.

Proibição de se recordar um Arcebispo falecido

No dia 28 de agosto completou-se 10 anos do falecimento de Dom John Yang Shudao, Arcebispo da Arquidiocese de Fuzhou, na província de Fujian. Nascido em 1919, o prelado foi ordenado em 1947. No ano de 1955 ele foi condenado à prisão perpétua, embora anos depois tenha sido libertado, apenas para cair novamente na prisão. A figura do Arcebispo é um símbolo de coerência e de fortaleza de alguém que passou cerca de 30 anos na prisão por se recusar a entrar no CPCA.

Embora a razão dada pelas autoridades para impedir os fiéis de recordar o prelado tenha sido a “prevenção de epidemias”, os católicos locais estão convencidos de que “o governo proíbe a recordação do Arcebispo Yang porque ele foi uma força de coesão que uniu e influenciou os fiéis. E isso é o que mais teme o Partido Comunista Chinês: uma força coletiva que se una contra ele”, segundo disse um fiel.

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Ele também contou que o governo proíbe as igrejas católicas não registradas de celebrar Missas ou realizar outras atividades utilizando como pretexto a prevenção de epidemias.

Igreja de 300 anos transformada em local de entretenimento

A “Igreja do Sagrado Coração Imaculado e Doloroso” na Diocese de Yujiang, na província sudeste de Jiangxi, tem 300 anos de história. Mas foi recentemente condenada a hastear a bandeira nacional e, desde abril deste ano, o governo local emitiu várias ordens para ‘retificá-la’, o que resultou na remoção dos símbolos religiosos e pinturas do interior e da cruz sobre o teto da Igreja.

No dia 10 de maio, seis funcionários do governo levaram quatro aldeões à igreja e os instruíram a dançar ali, interrompendo as atividades religiosas.

No dia 9 de setembro, a prefeitura ordenou que se reaproveitasse a igreja, convertendo-a em espaço de lazer com uma cantina, um salão de jogos e um centro de atividades para idosos. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/content/governo-comunista-chines-segue-perseguindo-catolicos/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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