Fecundação in vitro se soma ao holocausto do aborto, adverte arcebispo na Argentina

LA PLATA, 09 Nov. 10 / 04:20 pm (ACI).-
O Arcebispo de La Plata,
Dom Héctor Aguer, criticou a fecundação in vitro por ser uma técnica que brinca
“com a vida e com
a morte de milhares e milhares de pessoas”, e portanto “poderíamos
falar neste caso de um novo holocausto, que se acrescenta ao já conhecido do aborto“.

Durante o programa Chaves para um Mundo Melhor, o Prelado se referiu ao Prêmio
Nobel de Medicina que este ano foi outorgado a Robert Edwards por ter feito
possível -30 anos atrás-, o “primeiro nascimento de um ser humano mediante
a técnica da fecundação in vitro”.

“Este reconhecimento tardio põe de novo sobre o tapete o juízo que deverá
ser feito sobre esta técnica que foi difundida notavelmente em todo mundo e
também, embora não haja uma regulação legal, na Argentina”, expressou Dom
Aguer.

O Arcebispo recordou a dignidade do ser humano e rechaçou a fecundação in vitro
porque “o laboratório não é o âmbito adequado para o nascimento de um ser
humano”.

Além disso, advertiu, nesta técnica “dá-se uma ambigüidade fundamental:
pareceria que por meio de manipulação de gametas, como se tratasse de um objeto
industrial, pode-se fabricar um ser humano”.

O Prelado esclareceu que embora “nascido nessas circunstâncias, o embrião
humano é um ser pessoal”. Entretanto, criticou que os cientistas se
convertam em donos da vida e da morte, pois “é bem sabido que para obter
um nascimento se desperdiçam uma quantidade notável de embriões e, por outra
parte, é muito comum a seleção” dos melhores embriões, descartando outros
“como objetos biológicos imprestáveis”.

Dom Aguer acrescentou que como produto desta prática existem agora
“milhares e milhares de embriões congelados em todo mundo”, cuja
sorte se desconhece; assim como o enorme negócio que existe ao redor da
fecundação artificial.

Por isso, ao outorgar o Prêmio Nobel ao criador da fecundação in vitro, Dom
Aguer pediu que se reflita sobre “a importância de reconhecer verdades
fundamentais relacionadas com a dignidade da vida humana e com seu caráter
sagrado, do início até o seu fim natural”.

“Não se pode, a qualquer preço, obter um nascimento para satisfazer o
respeitável desejo de um casal de ter um filho. Este desejo deve ajustar-se a
pautas éticas objetivas”, advertiu.

A doutrina católica se opõe à fecundação in vitro por duas razões primitivas:
primeiro, porque se trata de um procedimento contrário à ordem natural da
sexualidade que atenta contra a dignidade dos esposos e do matrimônio; segundo,
porque a técnica supõe a eliminação de seres humanos em estado embrionário
tanto fora como dentro do ventre materno, implicando vários abortos em cada
processo.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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