Exorcista falou sobre o perigo do sincretismo brasileiro durante curso no Vaticano

Segundo o ACI (03/11/2021), o exorcista da diocese de Bauru (SP), monsenhor Rubens Miraglia Zani, foi um dos palestrantes do Curso de Exorcismo e Oração de Libertação, que aconteceu em Roma, Itália, de 25 a 30 de outubro. Na ocasião, em uma participação on-line, o sacerdote falou sobre a realidade dos cultos afro-brasileiros e o exorcismo. Segundo ele, o sincretismo faz com que as pessoas achem “normal” ser católico e participar de tais cultos, quando na verdade “facilita a aproximação do mau”.

O Curso de Exorcismo e Oração de Libertação foi organizado pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum (APRA) de Roma, pelo Instituto Sacerdos e pelo Grupo de Pesquisa e Informação Sociorreligiosa (GRIS). “Trata-se de um curso multidisciplinar, mas não é para formar exorcistas. Ele divulga esse tipo de assunto num mundo tão seco, sem formação específica. Há ainda padres e bispos que não têm formação sobre esse assunto, o que torna um curso como este algo precioso e necessário”, disse monsenhor Zani, que é delegado coordenador da Secretaria Linguística Portuguesa da Associação Internacional dos Exorcistas e pároco da Paróquia Nossa Senhora do Líbano, da Eparquia Maronita do Brasil, em Bauru.

Segundo o exorcista, no Brasil, o sincretismo é uma realidade e “isso ocorre por uma falta de catequese que faz com que as pessoas mesclem os cultos afro-brasileiros com o cristianismo”. Por isso, disse, há “uma dificuldade em fazer com que as pessoas compreendam que Nossa Senhora não é Iemanjá, que ir a um terreiro não é católico”.

Monsenhor Zani contou que “um produto tipicamente nacional” é a umbanda, “que é o mais sincretista e há pessoas que já veneram até mesmo elementos da Nova Era”. “Essa mistura tem um verniz muito superficial de católico”, como o uso das imagens católicas, “mas apenas um verniz mesmo que, com o passar do tempo se tornou ainda pior. O que se vê é um degradar contínuo que vai diluindo os conceitos da fé católica”, afirmou.

Nos cultos afro-brasileiros há “uma mentalidade que cultua forças malignas como se fossem do bem”. Assim, afirmou o sacerdote, “o culto que era para ser exclusivo a Deus é prestado a esses entes”. Além disso, “há a prática da incorporação que ajuda a pessoa a receber esses espíritos. Tudo isso, facilita a aproximação do mau”. Entretanto, disse monsenhor Zani, “o sincretismo faz com que as pessoas não percebam isso e achem que é normal”.

“Muitas vezes, a pessoa não tem noção do que realmente é; por vezes, essa pessoa foi levada a esses cultos por inocência, em alguns casos, quando ainda era criança”, disse.

O sacerdote contou que um dos casos que acompanhou por mais tempo foi de uma pessoa que, na infância, foi levada pelos pais e consagrada à umbanda. “Essa pessoa teve problemas gravíssimos que levou durante sua vida, perdeu vários empregos porque surtava e passava por vexações. Ela sofreu muito”, recordou. Outro caso foi de uma menina de 13 anos que não frequentava cultos afro-brasileiros. “Queriam atingir a mãe dela, que frequentava a umbanda, mas afetou a menina. Como queriam afetar a mãe, a forma de atingir uma mãe é atacar seus filhos”, relatou.

O exorcista ressaltou que “nem todas as pessoas que passaram pelo sincretismo precisam de exorcismo”. Mas, essas pessoas “devem fazer uma renúncia formal e procurar a confissão”.

“Mas, há sim essa possibilidade de necessitar do exorcismo”, disse. E nesses casos é necessário primeiro descartar outras possíveis causas dos problemas pelas quais a pessoa esteja passando. “Primeiro, deve olhar para a própria saúde física ou mental, procurar um médico, que pode ser um clínico-geral que depois vai encaminhar a um especialista, um psicólogo ou psiquiatra e deve fazer a terapia. Se não for a solução ou o profissional de saúde disser que não há nada, aí pode suspeitar e procurar um exorcista”, declarou.

Segundo monsenhor Zani, “é comum” ser procurado por pessoas que dizem ter “algo espiritual e acham que deve ter uma solução rápida”. “São as ideias de filmes, que são errôneas e criam expectativas, faz com que veem o exorcismo como uma solução mágica”, afirmou.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/exorcista-falou-sobre-o-perigo-do-sincretismo-brasileiro-durante-curso-no-vaticano-32261

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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