Ex-abortista morre aos 84 anos como ativista pró-vida

O médico
ginecologista Bernard Nathanson

O
ginecologista norte-americano Bernard Nathanson – que atuou em mais de 75 mil
abortos antes de se tornar um importante líder pró-vida e converter-se à fé
católica – morreu na segunda-feira, 21, em Nova Iorque, após uma
prolongada batalha contra o câncer. Ele estava em casa e tinha 84 anos.

O último aborto que praticou foi em 1979, mesmo ano em que deu uma guinada em
sua trajetória e tornou-se pró-vida. Devido ao número de intervenções que
praticou, era conhecido como “Rei do Aborto”.

Anos depois, em 1985, produziu o filme
“O Grito Silencioso”
, considerado um marco, pois foi o primeiro a
mostrar imagens ultrassonográficas de uma criança sendo destruída por
instrumentos durante um aborto. Ele também produziu o documentário
“Eclipse da Razão”, em que mostra e explica diversos procedimentos
abortistas em um gráfico detalhado.

Nathanson também publicou diversos livros influentes sobre a temática,
incluindo “Aborting America”, em 1979, juntamente com Richard
Ostling, no qual revelou os enganosos e desonestos inícios do movimento
pró-aborto e destruiu o argumento de que o aborto seria seguro para as
mulheres.

Ele admitiu muitas vezes que ele e outros médicos defensores do aborto, nos
anos 1960, mentiam sobre o número de mulheres que morria em decorrência da
prática ilegal naquela época, inflacionando o valor de algumas centenas a cada
100 mil para ganhar simpatia para sua causa.

“A mão de Deus”

Na sua autobiografia “A Mão de Deus”, lançada em 1996, ele narrou sua
trajetória de pró-aborto a pró-vida. Nathanson contou que foi através da nova
tecnologia da ultrassonografia que, em 1970, ele convenceu-se que o
recém-nascido já era um ser humano.

Acerca dos enormes desafios para restaurar uma ética pró-vida, ele escreveu:
“Aborto é, agora, um monstro tão inimaginavelmente gigantesco que pensar
em colocá-lo de volta na jaula atrás das grades. é ridiculamente impensável. No
entanto, essa é nossa responsabilidade – um esforço gigantíssimo”.

Ele observou, lamentando-se: “Eu sou um daqueles que ajudaram a iniciar
essa era bárbara”.

No fim da década de 1960, ele ajudou a fundar a Liga Nacional de Ação pelo
Direito ao Aborto (Naral, na sigla em inglês), que teria um papel decisivo na
legalização da interrupção da gravidez nos Es­­tados Unidos, em 1972.

Globalmente, as estimativas de Nathanson é de que tenha presidido cerca de 60
mil abortos como diretor de unidade, foi diretor de práticas na performance de
outros 15 mil, e pessoalmente realizou outros 5 mil, incluindo o de um filho
concebido com uma namorada, nos anos 1960.

Batizado Católico

Por mais de uma década após tornar-se pró-vida, Nathanson descrevia a si mesmo
como um judeu ateísta. No entanto, em dezembro de 1996, foi batizado como
católico pelo Cardeal John O’Connor em uma Missa privada, da qual participou um grupo de
amigos, na Catedral São Patrício, em Nova Iorque. Ele
também recebeu o Crisma e a Primeira Comunhão do Cardeal.

Sobre o batismo, ele disse: “Eu estava em um verdadeiro turbilhão de emoções,
e então estava lá esta cura, água de refrigério em mim, e vozes suaves, e uma
sensação indescritível de paz. Eu tinha encontrado um lugar seguro”.

Entre os que concelebraram a Missa estava o padre C. John McCloskey, um
sacerdote do Opus Dei que instruiu Nathanson na fé durante muitos anos.

“Ele foi um profeta pró-vida”, disse padre McCloskey em uma
entrevista recente. “Ele observou a vinda de toda a cultura de morte, e
sabia que o aborto era apenas a ponta do iceberg”.

Nathanson visitou padre McCloskey periodicamente durante mais de uma década,
conta o sacerdote, até que, em uma dia de 1994, disse que queria se tornar
católico. Depois de seu batismo, conta padre McCloskey, Nathanson “viveu a
fé, frequentou os sacramentos, e falou sem medo sobre o catolicismo”.

Nathanson contou que foi atraído para mais perto de Deus quando viu um massivo
evento Operação Resgate, quando centenas de pessoas sentaram em frente a um
prédio da Planned Parenthood (organização abortista) em Nova Iorque,
bloqueando o tráfico. A visão de tantos pró-vidas arriscando-se
desinteressadamente e com o risco de serem presos fez ele perceber que deviam
estar atendendo a um chamado maior, explicou.

Nathanson casou-se e divorciou-se três vezes antes de ser casado na Igreja pelo
padre McCloskey, logo depois de se tornar católico. Sua esposa, Christine,
continua viva, assim como seu filho, José, fruto de uma união anterior.
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 Leonardo
Meira
Da Redação, com informações de National Catholic Register (em inglês – tradução
de CN Notícias)

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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