Maioria dos
atos de violência tem cristãos como alvo
ROMA,
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – A
Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) expressou sua decepção
ao constatar que os governos da União Europeia não conseguiram chegar a um
acordo para condenar as perseguições religiosas.
“A
COMECE lamenta profundamente que os 27 ministros de Assuntos Exteriores da
União Europeia tenham fracassado, em 31 de janeiro, na hora de buscar um acordo
sobre uma declaração conjunta que condenaria a perseguição religiosa”,
afirma um comunicado divulgado pelo organismo episcopal.
“Esta
indecisão diplomática é ainda mais compreensível, dado que vidas inocentes são
truncadas pelos ataques atrozes contra os cristãos e outras minorias no mundo
inteiro”, acrescenta o texto.
O acordo,
sublinha a nota, fracassou devido às “negociações internas entre os
ministros sobre uma referência específica aos cristãos entre as vítimas da
perseguição religiosa”.
“A
COMECE se surpreende diante desta decisão, dado que a opinião pública europeia
é consciente da situação particular dos cristãos no Oriente Médio após os
recentes ataques a igrejas no Iraque e no Egito”, esclarece o organismo
episcopal.
Recorda,
além disso, que o Parlamento Europeu (em 20 de janeiro) e o Conselho da Europa
(em 27 de janeiro) haviam “preparado o caminho para uma condenação
específica da perseguição dos cristãos, adotando resoluções que condenam
especificamente a violência” contra eles.
Os recentes
ataques, denuncia o organismo, “não são casos isolados”, dado que as
estatísticas sobre a liberdade religiosa dos últimos anos mostram que a maioria
dos atos de violência religiosa acontece contra os cristãos.
“O
compromisso da União Europeia para apoiar os direitos fundamentais e a
liberdade religiosa está claramente estabelecido no Tratado da União Europeia e
na Carta dos Direitos Fundamentais”, além de ter sido reafirmado “em
muitas declarações”, insistem os bispos.
Por este
motivo, concluem, espera-se agora que “a União Europeia tome medidas
concretas para transformar estes princípios gerais em uma ação política
significativa”.