Esclarecimentos sobre o modernismo e suas consequências

Caro Internauta, vez por outra tenho recebido e-mails com perguntas
sobre as críticas que sites tradicionalistas e reacionários fazem ao
Concílio Vaticano II e até mesmo aos Papas de João XXIII a Bento XVI. É o
caso de sites como o “Permanência” e o “Montfort”…

Vários desses tradicionalistas reacionários (= reacionários porque sua
postura é de fechamento e cega reação a qualquer renovação na teologia e
na vida da Igreja, num apego míope e doentio a um passado que passou,
como todo passado…) escrevem-me acusando-me de modernista… Tenho
dito que estou em ótima companhia; porque, para essa gente, modernistas
são João XXIII, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI, o Episcopado e toda a
Igreja atual. Esse pessoal já não tem capacidade de permanecer de
coração numa comunhão leal e honesta com Roma nem tampouco tem coragem
de ir logo embora com os lefebvrianos… No entanto, de coração,
enquanto forma mental, já romperam sua comunhão com a Igreja de Roma… e
tudo isso em nome de uma idéia de uma ortodoxia e de uma Tradição que
se fundamenta em concepções totalmente equivocadas e estranhas ao
catolicismo…

Coloquei no site (no link “Artigos”, o texto “O Modernismo e os
tradicionalistas paranóicos” e no link “Doutrina Católica”, o texto
“Site Montfort, tradicionalistas, integristas e males congêneres), de
modo bem didático, uma exposição para esclarecer aos que com reta
intenção desejam saber sobre a questão da crise modernista, da posição
do magistério na época e da situação atual em torno dessa questão.
Assim, espero ajudar aqueles católicos que se sentem confusos com as
alegações descabidas desses tradicionalistas de que o Vaticano II é
modernista e a doutrina dos papas atuais está eivada de modernismo.

Uma coisa é certa: deve-se evitar dar ouvidos e discutir com esse
pessoal. É perda de tempo, pois eles são fundamentalistas – e o
fundamentalismo é uma doença do espírito, do mesmo modo que o
integrismo, que os afeta. Eles fazem com o magistério (de Pio IX a Pio
XII) o que os protestantes fazem com as Sagradas Escrituras: citam,
citam, citam com pompa e aparente erudição… esbaldam-se em
“reverências” e “senhorias”, numa linguagem do final do século XIX e
início do XX (tempo da crise modernista, onde a cronologia deles
fixou-se patologicamente)… e quanto mais citam, mais desaprumam o
passo, pois a erudição deles é falsa. Assim, que quando alguém os lê,
pode constatar claramente como vivem num outro mundo, num outro tempo e
num cristianismo absolutamente alheio ao Evangelho e à vida da Igreja.
Pena que, pouco a pouco, irão se afastando de tal modo que já não terão
mais nenhuma comunhão efetiva com a Igreja de Cristo. E quanto mais
pensam que estão certo, mais cegos ficam…

É assim: não há cisma ou heresia que tenha surgido na Igreja sem a
ilusão de estar defendendo a verdade… O comum a todos é que teimaram
em colocarem-se como árbitro da Igreja de Roma, do Sucessor de Pedro e
de um Concílio Ecumênico! É ilusão propalar fidelidade aos papas do
passado e negá-la ao Papa do presente…

***
Dom Henrique Soares da Costa



Fonte: http://www.padrehenrique.com

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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