Eclipse do pecado se deve a eclipse de Deus, adverte Papa

Ao explicar o convite da Quaresma à conversão

CIDADE DO VATICANO, domingo, 13 de março de 2011 (ZENIT.org) – A perda do sentido do pecado tem sua origem na eclipse de Deus, segundo explicou o Papa hoje, primeiro domingo da Quaresma, unindo-se ao convite à conversão próprio deste tempo litúrgico de preparação para a Páscoa.

“Por que a Quaresma? Por que a cruz?”, perguntou-se, ao meio-dia, diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para rezar a oração mariana do Ângelus.

A resposta sintética do Papa, que falava da janela dos seus aposentos, foi a seguinte: “Porque existe o mal, e mais ainda, o pecado, que, de acordo com as Escrituras, é a raiz de todo mal”.

“Mas esta afirmação não é algo que pode ser dado por certo, e a própria palavra “pecado” não é aceita por muitos, porque pressupõe uma visão religiosa do mundo e do homem”, continuou explicando.

“Quando se elimina Deus do horizonte do mundo, não se pode falar de pecado. Da mesma maneira que, quando o sol se esconde, desaparecem as sombras – a sombra só aparece quando há sol -, assim, o eclipse de Deus comporta necessariamente o eclipse do pecado.”

O Pontífice deixou claro que o “sentido do pecado” é algo diferente do “sentimento de culpa”, conceito próprio da psicologia. O pecado é compreendido “redescobrindo o sentido de Deus”.

Deus contra o pecado, mas com o pecador

O Bispo de Roma recordou que, “diante do mal moral, a atitude de Deus é opor-se ao pecado e salvar o pecador. Deus não tolera o mal, pois é Amor, Justiça, Fidelidade; e precisamente por esta razão, não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva”.

“Para salvar a humanidade, Deus intervém: nós o vemos na história do povo judeu, a partir da libertação do Egito. Deus está determinado a libertar seus filhos da escravidão para conduzi-los à liberdade”, afirmou.

“E a escravidão mais severa e profunda é precisamente a do pecado – recordou. Por este motivo, Deus enviou seu Filho ao mundo: para libertar os homens do domínio de Satanás, ‘origem e causa de todo pecado’.”

“Enviou-o à nossa carne mortal para se tornar vítima de expiação, morrendo por nós na cruz”, destacou.

O Diabo

“Contra este plano de salvação definitiva e universal, o Diabo se opôs com toda sua força”, como mostra em particular a passagem evangélica das tentações de Jesus no deserto, que é proclamada no primeiro domingo da Quaresma.

“Entrar neste período litúrgico significa colocar-se cada vez mais do lado de Cristo contra o pecado, para enfrentar – seja como indivíduos, seja como Igreja – a batalha espiritual contra o espírito do mal”, concluiu.

Fonte: Permalink: http://www.zenit.org/article-27477?l=portuguese

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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