É tempo oportuno de refletir sobre a nação, afirma Dom Rifan

Segundo o ACI (07/09/2018), na Semana da Pátria, o Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney (RJ), Dom Fernando Arêas Rifan, assinalou que este é um “tempo oportuno” para refletir “sobre a nação, na qual vivemos e da qual esperamos o nosso bem comum”.

Em um artigo intitulado “Nossa pátria amada”, publicado por ocasião da comemoração da Independência do Brasil neste 7 de setembro, o Prelado convidou a refletir sobre a situação do país, tendo em vista que esta é uma “data especial para cultivarmos a virtude do patriotismo, dever e amor para com o nosso país”.

Dom Rifan recordou que o próprio Jesus “amava tanto sua pátria, que chorou sobre sua capital, Jerusalém, ao prever os castigos que sobre ela viriam, consequência da sua infidelidade aos dons de Deus”.

Nesse sentido, exortou questionar-se: “Será que também não devemos chorar sobre nossa pátria amada, ao vermos, na política, tanta corrupção, falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs? E, como se diz, o povo tem o governo que merece, não será sobre o povo brasileiro que devemos chorar?”.

Para demonstrar a situação atual do país, o Bispo recorreu a Eça de Queirós, que disse em 1871: “Estamos perdidos há muito tempo… O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita… Ninguém crê na honestidade dos homens públicos…”.

“A classe média – continuou citando o autor – abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido! Algum opositor do atual governo? Não!”.

Além disso, Dom Rifan indicou ainda que, segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” e que “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”.

Por outro lado, citando São Tomás de Aquino, recordou que este “cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado”.

Nesse sentido, afirmou, “a cidade – o Estado – exige um governo que a dirija para o bem comum. Não se pode separar a política da direção para o bem comum. Procurar o bem próprio na política é um contrassenso”.

Por fim, o Prelado reforçou que, “como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se chama o santo temor de Deus ou a consciência reta e timorata”.

“Uma vez perdido o santo temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas paixões. Uma vez abandonados os valores morais e os limites éticos, a sociedade fica ao sabor das paixões desordenadas do egoísmo, da ambição e da cobiça”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/e-tempo-oportuno-de-refletir-sobre-a-nacao-afirma-dom-rifan-66968

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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