Dom Scicluna pede que se combata a cultura do silêncio diante dos abusos

Segundo o ACI Digital (20/02/2019), o Secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Charles Scicluna, sugere esperar o encontro do Papa Francisco com os presidentes das conferências episcopais do mundo sobre a proteção de menores diante dos abusos sexuais com “uma expectativa de oração” e, ao mesmo tempo, “combater a cultura do silêncio”.

Dom Scicluna, que é membro do comitê organizador do encontro que acontecerá de 21 a 24 de fevereiro, explicou a Vatican News que, “se buscamos fazer algo sozinhos, estamos condenados à ruína. A oração nos ensina que devemos acolher o dom da graça, da sabedoria e da misericórdia do Senhor, mas não podemos renunciar a nossa responsabilidade”.

Sobre o encontro convocado pelo Santo Padre no Vaticano, o Prelado assinalou a importância da “prevenção, a proteção de nossos jovens e também de escutar a Palavra do Bom Pastor que dá a vida por seu rebanho e que quer que tenhamos esta missão que não é fácil ao tentar implementar o Evangelho”.

Assim, o Arcebispo incentivou a ser “misericórdia, boa nova, para nosso povo”. Disse que, “no contexto atual, garantir a segurança de nossos jovens e a proteção de nossas comunidades é uma parte integral desta boa nova”.

Sobre os frutos do encontro, Dom Scicluna prefere não se antecipar e espera os resultados das discussões que acontecerão. “Haverá momentos nos quais alguns de nós compartilharemos nossas relações com todos os participantes do encontro”, mas também haverá outros momentos em que “todos os participantes poderão falar em grupos linguísticos, externar esperanças, frustrações, medos e também desejo de fazer o bem”, assinalou.

Por isso, em primeiro lugar, querem “colocar-se em escuta” durante os trabalhos e, posteriormente, “pensar uma estratégia para dar seguimento ao encontro”; além de “seguir as indicações” do Santo Padre no discurso final que irá pronunciar em 24 de fevereiro.

“Mas, não queremos escutar apenas o Papa, e sim escutar-nos uns aos outros e buscar fazer desta oportunidade outro momento importante neste caminho contra os abusos que a Igreja iniciou há anos”, afirmou.

Combater a cultura do silêncio

Dom Scicluna disse que, além de falar de prevenção, os participantes trabalharão também para “criar um ambiente no qual o abuso seja mais difícil”, por isso, deve-se trabalhar “para combater a chamada cultura do silêncio” e dar mais poder para as comunidades, “de modo que, juntos – como Povo de Deus – possamos ser o ‘porto seguro’ que a Igreja deve ser”.

Por último, o Secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé afirmou que a credibilidade da Igreja “não é questão de um encontro de três dias”, mas que a luta pela credibilidade “é realizada a cada dia”.

Por este motivo, Dom Scicluna recordou “tantos sacerdotes e religiosos que trabalham em silêncio no mundo e com grande fidelidade, com grande esforço e generosidade”. “Não estarão nas primeiras páginas dos jornais, mas são aquele bosque que cresce silenciosamente e é o pano de fundo daquela árvore que cai”, afirmou.

“Nós devemos olhar para este bosque que cresce e, ao mesmo tempo, afastar ‘os lobos’ de nossas comunidades, porque nossos sacerdotes devem seguir o ícone do ‘Bom Pastor’ e esta deve ser nossa oração para toda a Igreja”, exortou.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/dom-scicluna-pede-que-se-combata-a-cultura-do-silencio-diante-dos-abusos-42863

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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