A alta taxa de crimes de ódio e a crescente intolerância secular têm um efeito devastador na liberdade religiosa dos cristãos.
Segundo o site Gaudium Press (15/11/2022), o Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra os Cristãos (OIDAC), com sede em Viena, documentou mais de 500 casos de crimes de ódio contra cristãos e instituições cristãs em 19 países europeus, no ano de 2021.
O relatório, publicado ontem, concentra-se em três pontos principais de intolerância contra cristãos em países europeus: crimes de ódio anticristãos, censura e estereótipos negativos e tratamento dado aos cristãos na mídia. O OIDAC também discute os regulamentos desproporcionais da Covid-19 para as igrejas. O relatório analisa outras formas de discriminação por meio da legislação e falta de competência das autoridades para lidar com casos envolvendo religião e liberdade religiosa.
Além de crimes de ódio como vandalismo, roubo ou incêndio criminoso, o observatório também registrou um “número alarmante” de estereótipos negativos, alegadas justificativas para violência ou insultos diretos contra cristãos ou denominações cristãs por figuras públicas, incluindo políticos ou jornalistas. Especificamente, o OIDAC identifica “uma tendência preocupante na qual a sociedade parece indiferente a declarações depreciativas e deturpações dirigidas a cristãos, particularmente quando comparadas a outros grupos religiosos”.
Exemplos de intolerância
Por exemplo, um cantor foi rotulado por jornalistas de deficiente porque é cristão. Eles ainda se recusaram a pedir desculpas alegando que “qualquer crença religiosa é um diagnóstico mental do meu ponto de vista. Sinta-se livre para ser ofendido”.
Em diversos “artigos jornalísticos rotularam o cristianismo como uma ‘ideologia perigosa’ e os crentes foram rotulados de ‘estúpidos fanáticos religiosos’”.
“Em novembro de 2021, Beatriz Bandera, ativista de extrema-esquerda espanhola publicou um vídeo de uma procissão em Sevilha, durante a Semana Santa, com a legenda ‘Nosso Taliban’, comparando os católicos com terroristas islâmicos radicais. Em setembro, na Espanha, um membro do partido político de esquerda ‘Unidas Podemos’ comentou sobre uma notícia que lembrava 7000 católicos assassinados durante a Guerra Civil Espanhola: “Apenas 7000? Que pena, deveria ter sido mais”.
O relatório adverte que “a crescente intolerância secular” está tendo um impacto negativo na liberdade de religião cristã. Um dos principais desenvolvimentos em relação à intolerância é a censura dos cristãos no espaço público, nas plataformas de mídia, mas também na esfera privada ou no trabalho.
A diretora-gerente do OIDAC Europa, Madeleine Enzlberger, alertou: “Tolerância e respeito devem ser aplicados e protegidos igualmente para todos os grupos da sociedade. Portanto, enfatizamos a importância da liberdade de religião, não apenas para os cristãos de todo o mundo, mas também para os não crentes”.
