Revista: PERGUNTE E RESPONDEREMOS
D. Estevão
Bettencourt, osb
Nº: 515 Ano: 2005 p.
239
Em
síntese: É narrado abaixo o encontro de
um jovem universitário com o cientista Luis Pasteur. O jovem que tencionava
zombar da Bíblia, calou-se envergonhado quando soube que era Pasteur que a
estava lendo.
O ENCONTRO
Um senhor
de 70 anos viajava de trem, tendo a seu lado um jovem universitário, que
compenetrado lia o seu livro de ciências. O senhor por sua vez lia um livro de capa
preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia, e estava aberta no
livro de Marcos.
Sem muita
cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:
– o senhor
ainda acredita nesse livro cheio de fábulas e crendices?
– Sim,
disse o senhor. Mas não é um livro de crendices é a Palavra de Deus. Estou
errado?
Com uma
risadinha sarcástica respondeu:
– Claro que
está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. E veria que a
Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, fez o favor de mostrar a
miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem nessa história de
que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais
sobre o que os cientistas dizem a respeito.
– É mesmo?
– perguntou o velho cristão. E que dizem os cientistas sobre a Bíblia?
– Bem –
respondeu o universitário, agora eu vou descer na próxima estação, mas deixe o
seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio.
O velho
então cuidadosamente abriu o bolso interno do paletó, e deu o cartão ao
universitário.
Quando o
jovem leu o que estava escrito abaixou a cabeça, e saiu cabisbaixo sentindo-se
pior que uma ameba.
O cartão
dizia:
“Louis
Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de
Paris”.
Isso aconteceu
em 1892.
COMENTANDO…
O episódio
vem a ser a evidência concreta de uma axioma proferido pelo próprio Luís
Pasteur: “A pouca ciência afasta de Deus; a muita ciência leva a Deus”. O jovem
universitário zombava da fé do cientista ancião precisamente porque estava no
início dos seus estudos superiores, ao passo que o cientista compreendia que o
universo e o homem só se explicam adequadamente se existe o Bem Absoluto, para
o qual toda criatura humana tende, mesmo sem o saber.
Aceitar a
Bíblia não significa professar a origem do mundo e do homem em seis dias de 24
horas. Professá-lo seria trair a Bíblia; esta tem seus modos de falar ou os
seus gêneros literários, que não é lícito ao leitor desconhecer. A Bíblia não
foi escrita para ensinar teorias de ciências mais sim qual o significado que o
mundo e o homem têm diante de Deus.