De quê o Brasil precisa? – Parte 2

1015748_brazil_flag“Interpretar a voz das ruas”

É certo que aproveitadores e agitadores de todos os tipos tentarão tirar proveito das grandes manifestações populares que acontecem em todo o nosso país. Certamente as ideologias marxistas e as infiltrações externas tentarão se utilizar do povo nas ruas – e até poderão conseguir talvez desvirtuar o movimento -, mas é inegável que o que está acontecendo tem apoio da maioria do povo brasileiro e que tem reivindicações claríssimas. Todos nós já sabemos com transparência por que essas manifestações surgiram e porque se agigantaram; não foi sem motivo: a revolta é grande. Não há “bandeiras” nas ruas, só há a Bandeira Nacional.

Pensávamos que era possível desprezar o povo o tempo todo, mas ficou claro que o povo não é bobo, que não se deixa enganar o tempo todo. Há um limite. Abraão Lincoln disse, com toda certeza, que é possível enganar a poucos por todo o tempo, ou enganar a todos por pouco tempo, mas é impossível enganar a todos por todo o tempo. É exatamente o que estamos vendo no Brasil de hoje.

Há um novo e fortíssimo canal de comunicação que acordou o povo, e que se chama internet, que o povo aprendeu a usar, e que não tem volta. É uma revolução tecnológica que está mudando o mundo. O povo sai da rua e continua mobilizando em casa, pelas redes sociais. Qualquer menino ou menina se desejar coloca nas ruas duas ou três mil pessoas, em determinado lugar, com uma camisa de uma cor, numa determinada hora, sem sair de casa. Portanto, as manifestações – independente de qualquer forma – não vão morrer; o povo sabe disso, descobriu a força que tem. É sinal de que tudo pode ser diferente daqui para frente; é um fato inegável. “Quem tem ouvidos ouça”, “quem tem olhos veja”, como disse Jesus.

Tudo isso vai mudar a eleição de 2014 no Brasil. Os comícios serão agora nas redes sociais mais do que nas ruas. Os políticos, bons e maus,  precisam entender o que as ruas estão dizendo. Não adianta mais apenas fazer marketing político em cima do povo, porque esse está acordando. Falando na tribuna do Senado, em 27/6/2013, o senador Cristovam Buarque dizia que o 40º ministério do Governo é o “ministério do marketing” e que o marqueteiro é hoje o 40º Ministro, colocado ali para aliciar o povo. O Senador Pedro Simon dizia, no mesmo dia, que o povo foi para as ruas porque não esperava mais nada do Congresso, do Executivo e do Supremo Tribunal Federal. Formou-se um abismo entre o povo e os seus governantes. A religação está vindo pelas ruas.

Ficou claro que não adianta tentar enganar o povo; a internet o acordou e lhe deu um meio de conscientização e de informação nunca antes visto na história; e portanto, o povo agora vai cobrar os abusos, as malversações com o dinheiro público, as falcatruas, os conchavos, os impostos escorchantes, o combate à corrupção, etc. Enfim, o povo vai exigir com mais consciência e firmeza o exercício da moral no lugar da esperteza, do civismo no lugar da enganação, do patriotismo no lugar do fingimento. Não adianta mais apresentar ao povo medidas paliativas, apenas analgésicos para o país doente; o povo vai exigir medidas sérias, profundas, duradouras, que de fato curem o doente. E todos temos que exigir isso, em nome de Deus, e por amor à Pátria amada, nossa mãe. Rezemos para que isso aconteça.

Abriu-se uma grande oportunidade de todo o país debater com seriedade e profundidade os seus graves problemas, e preparar um futuro digno para seus filhos. Mesmo que aventureiros tentem roubar a cena do povo, mesmo que infiltrações externas queiram manipulá-lo, mesmo que ideologias espúrias queiram agitar as massas, ainda assim, é preciso que lideranças sérias – e que existem! – nos meios políticos, empresariais, religiosos, etc.,  não se omitam nesta hora grave, para orientar dirigir a nação. A Pátria os convoca!

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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