Crucifixos estranhos…

papafranciscooriginalO Papa Francisco tem visitado a América Latina e parece ter priorizado os países guiados por uma ideologia marxista como a Bolívia de Evo Morales e Cuba dos irmãos Castro, cujo povo há mais de 50 anos não elege seus representantes, e não vive num regime democrático. É um regime que impede as pessoas de terem iniciativa em seus negócios, liberdade de poder deixar o país, etc. Cuba se transformou numa “Ilha prisão” até hoje; muitos refugiados fugiram para Miami e foram presos e a mortos.

Mas, graças a Deus Cuba começa a se abrir, e o Papa quer ajudar nisso, e abrir as portas da Igreja para o povo nestes países.

Evo Morales e Raul Castro presentearam o Papa Francisco com crucifixos estranhos, por serem ideológicos, o que a Igreja não aprova. Primeiro foi Evo, que presenteou o Papa com um crucifixo feito com a foice e o martelo, símbolo do comunismo ateu e materialista, inimigo da Igreja e de toda religião, e que matou cerca de cem milhões de pessoas, muitos padres, bispos e leigos, segundo o “Livro Negro do Comunismo” [1], na Rússia, Laos, Camboja, Vietnam, Cuba, etc. Esses são os números que o Livro trás:

– URSS, 20 milhões de mortos,

– China, 65 milhões de mortos,

– Vietnã, 1 milhão de mortos,

– Coréia do Norte, 2 milhões de mortos,

– Camboja, 2 milhões de mortos,

– Leste Europeu, 1 milhão de mortos,

– América Latina, 150.000 mortos,

– África, 1,7 milhão de mortos,

– Afeganistão, 1,5 milhão de mortos

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O Papa disse a Evo que “isso não está certo”, quando viu aquele crucifixo, e se recusou a levá-lo para Roma. É muito sério um chefe de Estado recusar levar para seu país um presente de outro chefe de Estado. Mas o Papa tinha de se manifestar. A lição do Papa foi clara: Está errado, não se mistura fé com ideologia. Não se pode usar a fé em favor de ideologia, especialmente o marxismo, tão condenado repetidas vezes pela Igreja.

Na homilia de sua Missa em Havana, no dia 20/09/2015, o Papa foi claro ao condenar a ideologia como meio de conduzir o povo. Ele defendeu a rejeição de qualquer “ideologia” no serviço aos demais, ante uma multidão reunida na Praça da Revolução. Disse que os cristãos cubanos devem “servir” aos mais frágeis na sociedade e “não servir-se”. “O cristão é convidado sempre a deixar de lado suas buscas, afãs, desejos de onipotência ante o olhar concreto aos mais frágeis”. “Ser cristão implica servir a dignidade de seus irmãos, lutar pela dignidade de seus irmãos e viver para a dignidade de seus irmãos”, completou, repetindo três vezes a palavra “dignidade”. Sem liberdade o homem não tem dignidade.

Em Cuba o Papa recebeu um crucifixo cuja trave horizontal é formada de remos. Penso que seja para protestar contra a situação dos refugiados das guerras na Síria e em outros países, onde muitos têm morrido afogados no Mediterrâneo. Algo realmente significativo e que merece a atenção é a misericórdia do mundo todo para com esses refugiados.

Mas, Cuba certamente não é o melhor país para dar exemplo na defesa dos refugiados, usando inclusive o crucifixo para isso. Quem não sabe que milhares de cubanos, fugindo de Cuba, morreram afogados quando navegavam em botes para Miami? Como então, agora, Cuba quer ser “lição para o mundo”, quando muitos de seus filhos morreram como refugiados? Como pode querer ser lição para o mundo um governo que impede, há mais de 50 anos, as pessoas deixarem livremente o país? Seria melhor que antes disso, Cuba abrisse suas portas para que quiser deixar livremente o país. Sem liberdade a pessoa humana perde a dignidade.doutrina_social_menor

O crucifixo não é para isso. A Igreja não quer ver a fé católica e seus símbolos serem manipulados desta forma a serviço de uma ideologia que ela condena.

Prof. Felipe Aquino

[1] – LIVRO NEGRO DO COMUNISMO – crimes, terror e repressão

Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin

Ed. Bertrand Brasil, 3ª edição,2001, RJ

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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