Grzegorz Kaszak
Doutor em teologia (Tese: “Amor responsável e contracepção nas catequeses de João Paulo II). Foi oficial do Pontifício Conselho para a Família. Participou de vários congressos e reuniões internacionais como perito em temas familiares.
[Resumo]
A contracepção é, antes de tudo, o reflexo de uma postura fundamental do homem perante a vida. A “mentalidade contraceptiva” é entendida como o conjunto das orientações, dos comportamentos e de uma forma de pensar que tende a privar o uso da sexualidade das suas conseqüências procriativas. Tal mentalidade foi incrementada pela difusão dos contraceptivos a nível de massa e pela propaganda que acompanhou essa difusão. Mais precisamente, a “mentalidade contraceptiva” reflete um comportamento de rejeição tanto da doação total e recíproca dos esposos (Cf. Humanae Vitae, 11) como da tarefa de transmitir a vida. Tem, portanto, uma estreita ligação com o aborto: contracepção e aborto, como diz o Papa em Evangelium Vitae (n. 13), são, embora com suas diferenças específicas, como frutos de uma mesma planta, já que rejeitam a vida humana nas primeiras fases da sua existência.
A “mentalidade abortiva” e a correlativa prática do aborto, além disso, crescem e se afirmam onde a “mentalidade contraceptiva” está presente. Lembramos como esta mentalidade contraceptiva pode invalidar também o uso dos métodos naturais de regulação da fertilidade, caso eles sejam usados com um propósito egoísta. Sublinhamos ainda que muitos métodos chamados de “contraceptivos” têm também, na realidade, um efeito abortivo. Muitas preparações químicas, dispositivos intra-uterinos e vacinas anticoncepcionais agem também como abortivos.
(Contracepção pré-implantatória e de emergência; Contragestação; Direitos sexuais e reprodutivos; Fertilidade e continência; Maternidade e feminismo; Paternidade responsável; Pessoa e procriação integral; Saúde reprodutiva).
______________________________
Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.