Ignacio Barreiro
Doutor em leis e ciências sociais (Universidade de la República, Uruguai). Diretor do centro romano de Human Life International e membro do Comitê diretivo do Instituto de Família Católica e Direitos Humanos. Foi membro da missão permanente do Uruguai junto às Nações Unidas. Autro de livro e de vários artigos.
[Resumo]
Toda a história da filosofia está impregnada de reflexão sobre a linguagem. O uso da linguagem por parte dos sofistas já chamara a atenção de Platão. Que relação existe entre o homem e a realidade e qual é o papel da linguagem nesta relação? O deslocamento iluminista dos valores “tradicionais” para os valores “novos”, com o mito do progresso, o relativismo filosófico e o subjetivismo radical, oferece uma justificação ideológica à manipulação da linguagem, com o propósito de manipular e subverter a “realidade” da cultura acolhida e a verdade objetiva. Em grande medida a ideologia contemporânea permanece caracterizada pelo recurso ao uso manipulador da linguagem. Usam-se palavras para indicar coisas estranhas ao seu significado natural. Praticam-se “transferências semânticas”, faz-se recurso a “antifrases”. Constróem-se assim discursos perversos sobre a vida, a família, o desenvolvimento, sempre com a finalidade de dominar a opinião pública. Trata-se de privar os indivíduos de sua capacidade de julgamento e de livre decisão. É uma anulação dos espíritos antes de reprogramá-los. Este charlatanismo linguístico ocupa completamente os discursos antivida e antifamília. Insinuou-se também nas assembléias internacionais e influencia aqueles que decidem e propõem programas de ação.
(Escolha livre [“free choice”]; Manipulação da linguagem; Princípio e argumento do mal menor; Qual bioética?)
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Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.