Rita Joseph
Escritora e conferencista sobre temáticas familiares. Representante da Associação australiana das famílias em Conferências Internacionais organizadas pelas Nações Unidas. Numerosas publicações.
[Resumo]
Existem dois incoerentes motivos publicitários que são vendidos a mais de trinta anos. Por um lado, a fecundidade (“fertilidade”) deveria ser contida e controlada: caso contrário, daria lugar a gestações não desejadas, com a consequente deterioração do desenvolvimento, pobreza de recursos naturais e privação da mulher do papel que lhe espera na sociedade. Por outro a continência, ou melhor; a capacidade do ser humano de controlar a própria sexualidade, seria considerada impossível. Eis as consequências destas duas premissas. Por um lado, a fecundidade deveria ser controlada com todos os meios: preparados químicos, instrumentos mecânicos, operações cirúrgicas. De outro lado, o controle da fecundidade resolveria a questão da continência, considerada impossível, e deixaria aberto o caminho para as práticas sexuais mais variadas. Por trás desses motivos publicitários encontra-se uma interpretação puramente zoológica da sexualidade humana e da antropologia. Tal interpretação ignora a capacidade humana de administrar com critério e liberdade, a própria sexualidade. Aos programas educativos inspirados em uma ideia degradante do homem é necessário opor uma antropologia que denuncie a “patologização” da fecundidade e que mostre que a continência, corretamente concebida, não é absolutamente inacessível ao comum dos mortais.
(Direitos sexuais e reprodutivos; Maternidade e feminismo; Mentalidade contraceptiva; Paternidade responsável; Saúde reprodutiva)