Leo Schffczyck
Cardeal. Professor de filosofia e teologia. Ocupou a cátedra de Michael Schmaus da Universidade de Munique de 1965 a 1985. Numerosas publicações.
[Resumo]
As antigas idéias características do evolucionismo materialista do século XIX voltaram à baila. Retornam nos debates sobre o início da vida e, mais precisamente, sobre o início da vida do ser humano. A humanização seria um processo biológico evolutivo; alguns não hesitam em colocar em discussão o caráter humano do indivíduo concebido pela união entre o homem e a mulhe1: Estas ideias são relançadas por certos legisladores e juristas, ansiosos por poder escolher entre as várias definições de ser humano. A biologia de hoje não tem nenhuma dificuldade de individuar o ser humano. Todavia, embora a biologia tenha clara a realidade do ser humano, deve dar precedência à filosofia e à teologia quando se trata de aprofundar a reflexão sobre o status ontológico do ser humano, sobre sua origem, seu destino, sua dignidade. A filosofia permite, com efeito, descobrir que, enquanto pessoa, o homem participa da existência do ser divino. A revelação e a teologia vão mais além, por nos revelarem que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Ser imagem de Deus, fundamento de toda a sua dignidade, não é ainda, porém, o especifico da criança. Pela peculiar forma originária infantil-filial do ser homem, por sua proximidade às origens, ao surgir da criatura diante de Deus, a criança tem uma importância prototípica quanto ao ser do homem diante de Deus durante toda a vida. A criança aprende, no gratuito afeto materno e sob a incondicionada proteção paterna, de modo incoativo, o amor pessoal e o afeto confiante, e por isso é o paradigma originário da filiação divina à qual fomos elevados pelo batismo.
(Direitos da criança, violência e exploração sexual; Família e direitos dos menores; Personalização; Pessoa e procriação integral; Ser Pais [“Genitorialidade”];Trabalho infantil).
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Leia o texto integral, entre outros, em Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, Edições CNBB.