Segundo o ACI Digital (05/05/2022), os bispos do Rio Grande do Sul foram recebidos hoje (5) pelo papa Francisco, no Vaticano, durante a visita ad limina. Segundo o arcebispo de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, foram duas horas de “conversa intensa”, marcada “pelo espírito de proximidade, de fraternidade”.
Os bispos do Regional Sul 3 da CNBB, que abrange as quatro arquidioceses e 14 dioceses do Rio Grande do Sul, iniciaram na segunda-feira (2) a sua visita ad limina apostolorum, que será concluída amanhã. O ponto alto da visita é o encontro dos bispos têm com o papa e que aconteceu na manhã de hoje.
“Já no início da audiência, o Santo Padre nos propôs um diálogo aberto, franco, sem questões pré-fixadas. Éramos livres para trazer quaisquer questões que achássemos conveniente apresentar naquele momento de diálogo”, disse dom Jaime Spengler a Vatican News.
Durante o encontro foram abordados temas como a guerra na Ucrânia e as diversas guerras ao redor do mundo, a situação da América Latina e do Brasil, a realidade das igrejas particulares do Rio Grande do Sul, o Pacto Educativo Global, o clero e o Ano Vocacional que será promovido pela CNBB a partir de novembro deste ano.
Na abertura do encontro, o presidente do Regional Sul 3 da CNBB e o bispo de Caxias do Sul, dom José Gislon, falou ao papa sobre a realidade da Igreja no Rio Grande do Sul, das dioceses, do clero, da vida religiosa e dos leigos e leigas. O bispo também entregou de presente a Francisco uma bandeja gravada com o mapa do Espado gaúcho.
“Pudemos partilhar as alegrias e as dores do povo de Deus, as nossas fragilidades também como Igreja e a nossa confiança forte em Deus”, disse dom Gislon ao site do regional.
Segundo o bispo, “mesmo com dificuldades de se locomover” por causa de uma lesão no ligamento do joelho, o papa Francisco demonstrou “sua alegria, seu sorriso, seu jeito muito fraterno de acolher e falar com espontaneidade e muita proximidade de pastor e de homem que conhece a realidade latino-americana e também do nosso Regional Sul 3”.
Dom Gislon contou que o papa recordou que já esteve no Rio Grande do Sul. “O papa nos contou que já esteve em Pelotas, São Leopoldo e em Caxias do Sul, lembrando até que Caxias é a terra do vinho”, disse.
A visita ad limina
A visita ad limina dos bispos do Regional Sul 3 da CNBB marca a retomada das visitas dos bispos brasileiros que foram suspensas em 2020 devido às medidas sanitárias impostas por causa da pandemia de covid-19.
As visitas são divididas de acordo com os regionais da CNBB e, em 2020, apenas os regionais Centro Oeste, que inclui Goiás e Distrito Federal, e Sul 2, que corresponde ao Estado do Paraná, puderam cumprir a agenda e se encontrar com o papa.
A visita ad limina apostolorum acontece a cada cinco anos. Segundo a CNBB, o termo significa “no liminar, na soleira, nos limites ou estradas das Basílicas dos Apóstolos Pedro e Paulo”. Pela tradição, “os bispos diocesanos visitam os sepulcros dos Apóstolos conservados na Cidade de Roma”. Além disso têm reuniões nos dicastérios da Santa Sé e se encontram com o papa, apresentam um relatório sobre o estado pastoral das dioceses e ouvem seus conselhos.
Participam da visita ad limina do Regional Sul 3 os quatro arcebispos, 15 bispos ativos, três bispos eméritos e o administrador diocesano de Cruz Alta. Durante a semana, o grupo participou de reuniões e encontros em diversos dicastérios, congregações, conselhos pontifícios e comissões.
“Foi um momento rico de diálogo de proximidade”, disse dom Jaime Spengler a Vatican News. “Agora, retornamos para as nossas dioceses, certamente incentivados e sentindo mais fortemente ainda a comunhão que nos une nesta obra de evangelização tão necessária em favor do nosso povo e da nossa gente”, completou.
Na próxima semana acontece a visita ad limina dos regionais Nordeste 1, Ceará, e Nordeste 4, Piauí. Os bispos vão se encontrar com o papa Francisco na quinta-feira (12).
