Segundo o ACI (25/07/2023), jovens, padres e o bispo de Angra, dom Armando Esteves Domingues, subiram na segunda-feira (24) a Montanha do Pico, a mais alta de Portugal com 2.351 metros de altitude. No topo do vulcão que fica na Ilha do Pico, no arquipélago dos Açores, celebraram na terça-feira (25) uma missa de envio para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 e assinaram o “Pacto da Montanha”, um compromisso de defesa do meio ambiente e cuidado do irmão.
O primeiro grupo começou a caminhada durante o dia de ontem, com 16 jovens, oito padres, alguns jornalistas e dom Armando Domingues. Eles dormiram na cratera e fizeram uma vigília de oração à noite, no mesmo horário em que foram celebradas missas em ação de graças pelos jovens em igrejas da diocese de Angra.
À meia-noite, um segundo grupo com cerca de 100 jovens e padres iniciou a subida ao Pico para se juntar ao grupo anterior.
“A caminhada é um desafio; mas o maior desafio é vermos as surpresas da caminhada. Jesus deixou as suas principais mensagens, e muitos desafios, no caminho. Portanto, no caminho vou escutar a montanha, mas também o Senhor e ver o que Ele tem para me dizer”, disse dom Armando Domingues ao site ‘Igreja Açores’, antes de começar a subida.
“O nosso principal desejo é caminhar juntos, num ritmo que dê para todos: velhos e novos e espero que o compromisso que vamos firmar todos lá no cimo da montanha seja o compromisso com a bela criação; que nunca nos cansemos de louvar a Deus; que deixemos algum rasto, mas que não apenas a pegada ecológica, mas mais alguma coisa que seja, sobretudo, esta vontade de cuidar do irmão”, declarou.
No alto da Montanha do Pico, os jovens assinaram o “Pacto da Montanha”, um documento inspirado nas encíclicas do papa Francisco Laudato Si e Fratelli tutti. O texto também foi assinado na noite de ontem pelos jovens que participaram das missas na diocese de Angra.
“Somos todos da mesma terra, família da mesma humanidade, por isso, a caminho da Jornada Mundial da Juventude, unidos ao todo da nossa Diocese, queremos assinar um pacto de compromisso, o ‘Pacto da Montanha’, através do qual assumimos que comprometidos com a humanidade, caminharemos unidos e cuidaremos da criação”, diz o texto.
No pacto, os jovens dizem aceitar “o desafio de cuidarmos, protegermos e dignificarmos esta Casa Comum que nos é dado habitar”. Também afirmam “a necessidade que temos uns dos outros e da responsabilidade para com os outros e para com o mundo”.
O texto diz ainda que “somos a mesma terra e que só caminhando juntos e unidos podemos vencer os desafios que se colocam no hoje da nossa história”.
O Pacto da Montanha coloca como compromissos:
• Reconhecer Deus como o grande Autor desta obra de arte que é a Criação;
• Amar esta terra e esta humanidade, com todos os seus seres e elementos;
• Viver comprometidos com a humanidade, promovendo o seu ser família universal;
• Caminhar unidos, valorizando o bom e o belo de cada ser vivo;
• Dizer “não”, evitar e combater a poluição, os resíduos e a cultura do descarte, a perda da biodiversidade, a deteriorização da qualidade da vida humana e a degradação social e lutar contra a desigualdade planetária.
• Promover uma verdadeira ecologia integral através de um contínuo processo de conversão ecológica, apontando para outro estilo de vida e vivendo uma aliança entre a humanidade e o ambiente;
• Dispormo-nos, à luz da fé e da sabedoria que nos vem das narrações bíblicas, a descobrir a mensagem de cada criatura na harmonia de toda a criação;
• Desejar, procurar e viver a comunhão universal;
• Sentir que precisamos uns dos outros e que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo;
• Acolher, aceitar, respeitar e amar cada pessoa como imagem viva de Jesus Cristo.