Bispo alerta sobre votações que ameaçam “o respeito à vida desde a concepção”

originalSegundo o ACI Digital (06/12/2016), na quarta-feira, 7 de dezembro – véspera da festa da Imaculada Conceição –, o Supremo Tribunal Federal (STF) votará sobre o aborto no caso de grávidas infectadas pelo vírus da zika, após ter afirmado na última semana que aborto até três meses de gestação não é crime. Neste cenário, o Bispo de Nova Friburgo (RJ), Dom Edney Gouvêa Mattoso, alertou que “vemos em tela de discussão o fundamento deste singular privilégio mariano, que é o respeito à vida humana desde a sua concepção”.

Em artigo publicado no site da Diocese, intitulado “Imaculada desde a sua concepção”, o Prelado ressaltou que “a concepção dá início à vida humana pela união dos gametas masculino e feminino” e assim, “desde o primeiro instante de sua vida Nossa Senhora foi isenta da culpa do pecado original, em previsão dos méritos de Jesus Cristo”.

Mas, às vésperas de celebrar esta solenidade mariana, o Bispo lança o olhar sobre a realidade brasileira e adverte que, “num mundo onde o ser humano é cada vez mais manipulado e instrumentalizado, quer-se a todo custo descriminalizar o aborto, crime que clama aos Céus por suprimir o direito à vida nos mais frágeis momentos de sua existência”.

Dom Edney recorda que, para se desenvolver, todas as formas de vida precisam de condições favoráveis e que suprimir tais condições “caracterizaria uma agressão no plano natural”.

Nesse sentido, “quando se trata do ser humano, mais do que uma agressão no plano natural é um crime, que no caso da vida ainda em fase embrionária assume contornos de verdadeira barbárie, praticada intencionalmente por seres racionais contra os mais indefesos de todos os Filhos de Deus e pior ainda, sob o amparo da lei e o consentimento dos próprios genitores”.

O Prelado, então, se debruça sobre o caso do último dia 29 de novembro, quando ministros da 1ª Turma do STF afirmaram que o aborto até o terceiro mês de gestação não é crime, ao analisar o pedido de habeas corpus de cinco funcionários de uma clínica clandestina de aborto de Duque de Caxias (RJ).

Este entendimento do STF, assinala o Bispo, “carece de fundamento científico, filosófico e jurídico, pois uma lei que permita o aborto não é um direito e sim um ato de injustiça, pois um direito que desampara a vida humana se põe em questão a si mesmo”.

“O fato de que outros nove países tenham descriminalizado o aborto nas mesmas condições, como citou o ministro Luís Roberto Barroso em seu voto, não justifica e nem muda a verdade em questão”, acrescenta.

Em seguida, lembra da votação no dia 7 de dezembro “sobre a despenalização do aborto em mulheres que contraíram o Zika vírus”.

“Fiquemos atentos – exorta –, pois não julgarão somente a situação do aborto de crianças com microcefalia. Bastará que a gestante tenha contraído o vírus e manifeste o desejo de não prosseguir com a gravidez sob o argumento de trauma de incerteza (data vênia, nem todos os bebês das gestantes com Zika nascem com microcefalia)”.

“Quanto é incerto e obscuro o futuro de uma nação que decide a justiça baseada na opinião de alguns e em discursos emocionados e falaciosos. Que Deus nos perdoe e proteja deste eclipse do sentido da vida!”, conclui.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/bispo-alerta-sobre-votacoes-que-ameacam-o-respeito-a-vida-desde-a-concepcao-79979/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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