Berlim: A oração é o lugar que muda o olhar

“A oração alarga o nosso horizonte. Deus pode, no coração das
contradições da vida, acender uma chama de esperança e de alegria. Uma
tal oração aproxima-nos de Deus e muda o nosso olhar sobre o mundo.” As
palavras do irmão Alois, responsável pela comunidade de Taizé, marcaram o
final do segundo dia de encontro que reúne em Berlim mais de 30 mil
jovens de toda a europa.

Na segunda noite do encontro, e na sua habital meditação aos jovens o
prior de Taizé começou por recordar o dia anterior que que apontou a
confiança entre os homens como “um dos valores mais necessários para
encontrar novas formas de solidariedade”. Só desta forma é possível ”
enraizar esta convicção da confiança em Deus.”

Para o irmão Alois a confiança em Deus “não existe por si mesma”,
implicando um espírito de “comunhão” pouco presente na sociedade atual.

“Gostaria tanto que todos nós sentíssemos esta proximidade, de uma
maneira renovada, durante estes dias. Mas como? Será que não devemos
antes reconhecer que não sentimos nada, ou muito pouco, a presença de
Deus?” – Interrogou durante a oração.

 “A confiança está ligada a um combate interior; ela não existe por si
mesma. Não será então tempo agora de refazer a pergunta de uma nova
forma: o que significa acreditar em Deus? A comunhão que ele nos concede
viver durante estes dias leva-nos a fazer esta pergunta.

O prior da comunidade ecuménica desafiou os jovens a irem “mais fundo”
na “descoberta” da sua relação com o transcendente, questionando a forma
como Deus ganha espaço no coração de cada um, se apenas para responder a
“necessidades imediatas” ou para estabelecer uma relação de amor
recíproco.

 “O Evangelho pede-nos este salto exigente: uma inversão radical da
imagem que temos de Deus: reconhecer que Deus se tornou vulnerável, isto
é, que também ele precisa de ser amado”, realça o irmão Alois, para
quem esta relação não precisa de ser construída à base de sinais
“extraordinários”, mas no “silêncio” da oração.

 “Talvez não sintamos imediatamente os efeitos destes momentos. Mas Deus
concede-nos o Espírito Santo e a vida de Deus pode germinar dentro de
nós, pode crescer e inspirar os nossos pensamentos e as nossas ações”,
acrescenta.

 O prior de Taizé sustenta que só com base na confiança com Deus é que
as relações humanas deixarão de ser determinadas “pelo medo ou por
reações de defesa”, abrindo portas a uma “vida de solidariedade”.

Um lema que os participantes no Encontro Europeu de Taizé vão poder
colocar em prática, até 1 de janeiro, através de um gesto de
solidariedade a favor da população da Coreia do Norte, com o envio de
aparelhos médicos e medicamentos para diversos hospitais situados em
zonas rurais daquele país asiático.

A questão da confiança está a marcar o terceiro dia do encontro. Por
toda a cidade de Berlim os milhares de jovens participantes no encontro
dividem-se em diversos workshops.

O Encontro Europeu de Jovens de Taizé, lançado pelo irmão Roger,
falecido fundador daquela comunidade ecuménica, como uma “peregrinação
de confiança através da Terra”, responde este ano à “necessidade de um
novo fôlego” de solidariedade na Europa.

Até este domingo, o programa do evento inclui um encontro com deputados
do Parlamento Federal alemão, dedicado ao tema “Por um mundo mais justo:
a política e a nossa responsabilidade como cidadãos”.

Fonte:
http://www.educris.com/v2/noticias/1223-berlim-a-oracao-e-o-lugar-que-muda-olhar

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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