Bento XVI recorda João Paulo II como modelo de sofrimento cristão

Vaticano, 27/11/2011 – (ACI) – O Papa Bento XVI recordou o “lento calvário” que viveu o Beato João Paulo II durante seus últimos anos de vida e assegurou que o Pontífice fizera de sua enfermidade uma “concreta participação no Caminho de Cristo até o Calvário”.

O Papa recebeu no sábado na sala Clementina aos cerca de 500 participantes ao Encontro promovido pelo Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, que refletiram estes dias no Vaticano sobre o tema: “A Pastoral sanitária ao serviço da vida à luz do magistério do Beato João Paulo II”.

“O serviço, a proximidade e o cuidado de irmãos doentes, coloca aqueles que os cuidam em uma posição privilegiada para testemunhar a ação salvífica de Deus, seu amor pelo homem e o mundo. O rosto do Salvador agonizante na cruz, ensina-nos a preservar e promover a vida, em qualquer momento e seja qual for sua condição, explicou.

“Esta visão da dor e do sofrimento iluminado pela morte e ressurreição de Cristo foi testemunhada pelo lento calvário, que marcou os últimos anos da vida do Beato João Paulo II, a quem podemos aplicar as palavras de São Paulo: “Completo em minha carne o que falta aos padecimentos de Cristo, em favor de seu corpo que é a Igreja. A fé firme e segura impregnou sua debilidade física, fazendo de sua enfermidade, vivida por amor de Deus, da Igreja e do mundo, uma concreta participação no Caminho de Cristo até o Calvário”, indicou.

Conforme informa a Rádio Vaticano, o Santo Padre recordou que o “Evangelho da Vida” “é um precioso legado dos ensinos do Beato João Paulo II, que em 1985, constituiu este Pontifício Conselho, para dar testemunho concreto no vasto e complexo campo da saúde”. Há vinte anos, ele estabeleceu a Jornada Mundial do Doente, e, mais recentemente, instituiu a Fundação “O bom samaritano”, uma organização de beneficência para os doentes pobres, em alguns países.

“Nos longos e intensos anos de seu pontificado, o beato João Paulo II proclamou que o serviço à pessoa doente no corpo e no espírito constitui um constante compromisso de atenção e de evangelização para toda a comunidade eclesiástica, de acordo com o mandato dado por Jesus aos Doze Apóstolos para sanar os doentes”.

Bento XVI recordou a carta apostólica de seu venerado predecessor Salvifici doloris, na qual João Paulo II escreve: “O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem: é um daqueles pontos nos quais o homem, em certo sentido” vem ‘destinado’, a superar-se a si mesmo, e vem chamado a isto, de uma maneira misteriosa”.

“O mistério da dor parece ofuscar o rosto de Deus, fazendo-o quase um desconhecido, ou inclusive assinalando-o como responsável direto dos sofrimentos humanos, mas os olhos da fé são capazes de olhar em profundidade neste mistério”.

“Deus se encarnou, aproximou-se do homem inclusive em suas situações mais difíceis: não eliminou a dor”, afirmou o Pontífice. “O Filho de Deus sofreu até a morte e revelou que seu amor desce até o abismo mais profundo do homem para dar-lhe esperança”.

“No Filho “dado” para a salvação da humanidade, a verdade do amor, vem “provada”, em um certo sentido, mediante a verdade do sofrimento; e a Igreja, nascida do mistério da Redenção da Cruz de Cristo, está chamada a procurar o encontro com o homem, em particular, no caminho de seu sofrimento”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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