Cardeal
Koch e metropolitanos Hilarion Alfejew falarão do tema na Alemanha
WÜRZBURGO,
domingo, 23 de janeiro de 2011 (ZENIT.org)
– O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos,
cardeal Kurt Koch, e o responsável pelos Assuntos Exteriores do Patriarcado de
Moscou, metropolitano Hilarion Alfejew, discutirão sobre a aproximação entre
católicos e ortodoxos, 20 anos após a desintegração da União Soviética.
O evento
está programado para o próximo dia 19 de março, no Centro de Congressos de
Würzburgo, em uma mesa redonda que faz parte do 4º Congresso Internacional
“Ponto de Encontro: Igreja universal”, organizado pela associação
católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Também
participarão do debate a presidente de AIS da Alemanha, Antonia Willemsen, e o
chefe da Seção Russa de AIS Internacional, Peter Humeniuk. O moderador será o
editor do jornal católico de Würzburgo Die Tagespost, Stefan Baier,
informou AIS.
Como
preparação para o encontro, Willemsen e Humeniuk viajaram, em 10 de janeiro, a
Roma para informar o cardeal Koch sobre o trabalho atual de AIS na Rússia.
O cardeal
Koch elogiou a iniciativa da associação para promover uma aproximação religiosa
entre as Igrejas Católica e Russo-Ortodoxa.
O purpurado
sublinhou que tinha muito interesse em encontrar-se em Wurzburgo com o
metropolitano Hilarion Alfejew, a quem conhece e estima há anos, e expressou
esperança de que o diálogo continuará prosperando.
Antonia
Willemsen salientou que AIS, a pedido do Papa João Paulo II, sempre se empenhou
em trabalhar com a “Igreja irmã Ortodoxa Russa”, desde a queda do
comunismo, sem por isso deixar de lado a ajuda à Igreja Católica russa.
O diálogo
hoje
Atualmente,
a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa estão discutindo a questão do primado do
bispo de Roma.
Segundo
explicou o cardeal Koch em novembro passado, em uma assembleia plenária do
dicastério que ele preside, “uma eclesiologia ligada à cultura nacional e uma
eclesiologia católica voltada para o conceito de universalidade encontram-se
uma frente à outra, até agora em desacordo”.
Embora para
Paulo VI esta questão representava o “maior obstáculo” para a
recomposição da plena comunhão, no entanto, “aos olhos do pontífice atual,
é também a maior oportunidade para a união”, explicou ainda o purpurado.
De acordo
com o pensamento do Papa atual, “sem primado, também a Igreja Católica
teria se desintegrado há muito tempo em igrejas nacionais e sui iuris, que
teriam tornado confuso e complicado o cenário ecumênico”.
Agora,
segundo o presidente do dicastério para o ecumenismo, seria necessário que,
“por um lado, a Igreja Católica explorasse mais a ideia de que o primado do
Bispo de Roma não é um simples apêndice jurídico externo à eclesiologia
eucarística, mas um elemento que se funda precisamente nela”.
Por outro
lado, “a Igreja Ortodoxa deveria tratar com determinação do problema da
autocefalia, porque é de importância fundamental para seu futuro e para o
ecumenismo, e assim buscar soluções adequadas, a fim de recuperar sua própria
unidade interna e sua capacidade de agir de forma concertada”.
No diálogo
ecumênico entre católicos e ortodoxos, foram dados passos significativos nas
últimas décadas sobre a eclesiologia em geral e sobre o primado do Bispo de
Roma em particular.
Nesse
sentido, o cardeal Koch destacou, por exemplo, a importância do trabalho da Comissão
Teológica Mista Católica e Ortodoxa nos últimos anos.