A Liturgia terrestre está unida à Liturgia celeste

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A Liturgia é obra do Cristo inteiro, cabeça e corpo. Dela participam não só os fiéis na terra, mas também os que estão no Céu.

O Catecismo ensina com clareza que:

“Nosso Sumo Sacerdote a celebra sem cessar na liturgia celeste, com a santa Mãe de Deus, os apóstolos e todos os santos e a multidão dos que já entraram no Reino” (CIC §1187).

A Liturgia é ação do “Cristo todo” (Christus Totus). Os que desde agora o celebram, para além dos sinais já estão na liturgia celeste, em que a celebração é toda festa e comunhão (Cf. CIC §1136).

É uma alegria saber que os nossos antepassados e irmãos que já estão na glória dos Céus participam da Liturgia eterna. Participando da Liturgia terrestre, participamos também da mesma Liturgia que acontece no Céu. Veja o que disse o Concílio:

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“Na liturgia terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com ele na glória” (SC, 8).

O Apocalipse de São João mostra-nos um pouco desta Liturgia celeste: “um trono no céu, e no trono, Alguém sentado” (Ap 4, 2): “o Senhor Deus” (Is 6,1; Ez 1,26-28). Em seguida, o Cordeiro, “imolado e de pé” (Ap 5,6; Jo 1,29): Cristo crucificado e ressuscitado, o único sacerdote do verdadeiro santuário (Hb 4,14-15; 10,19-21) o mesmo, “que oferece e é oferecido, que dá e que é dado”, como dizia São João Crisóstomo.

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Finalmente, “o rio de água da vida (…) que saía do trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22,1), um dos mais belos símbolos do Espírito Santo (Jo 4, 10-14; Ap 21,6). Todos os que foram “recapitulados em Cristo” (cf. Ef 1,10) participam do louvor a Deus pela Liturgia celeste: as potências celestes (cf. Ap 4,5; Is 6,2-3), a criação inteira (simbolizada nos quatro seres viventes), os servidores da nova e antiga aliança (simbolizados pelos vinte e quatro anciãos), o novo povo de Deus (os cento e quarenta e quatro mil) (Ap 7,1-8; 14,1), em especial os mártires “imolados por causa da palavra de Deus” (Ap 6,9) e a Santa Mãe de Deus, a Mulher (Ap 12), a Esposa do Cordeiro (Ap 21,9) e finalmente “uma multidão imensa, impossível de enumerar, de toda nação, raça, povo e língua” (Ap 7,9).

“É dessa liturgia que o Espírito Santo e a Igreja nos fazem participar quando celebramos o mistério da salvação nos Sacramentos” (CIC §1139).

Retirado do livro: “Para Entender e Celebrar a Liturgia”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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