A Importância da Intercessão dos Santos

A Igreja sempre acreditou que as pessoas que morreram perfeitamente santas, imediatamente vão para o céu; isto é, para a comunhão com Deus. Nos primórdios do cristianismo os cristãos já celebravam as Missas sobre os túmulos dos mártires para suplicar-lhes a intercessão.

Mesmo no Antigo Testamento já encontramos uma base bíblica desta intercessão dos que já estão na glória de Deus. Está no segundo livro de Macabeus. O povo judeu estava em guerra contra os gentios, liderados por Judas Macabeus. Para levantar o ânimo dos guerreiros, Judas contou-lhes a visão que teve, onde Onias, sacerdote já falecido e Jeremias, intercediam por eles: “Narrou-lhes ainda uma visão digna de fé uma espécie de visão que os cumulou de alegria. Eis o que vira: Onias, que foi sumo sacerdote, homem nobre e bom, modesto em seu aspecto, de caráter ameno, distinto em sua linguagem e exercitado desde menino na prática de todas as virtudes, com as mãos levantadas, orava por todo o povo judeu.

Em seguida havia aparecido do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável, e nimbado por uma admirável e magnífica majestade. Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus. E Jeremias, estendendo a mão, entregou a Judas uma espada de ouro, e, ao dar-lhe, disse: Toma esta santa espada que Deus te concede e com a qual esmagarás os inimigos” (2Mac 15, 11-15).

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A Intercessão dos Santos e a Oração pelos Mortos na História da Igreja

Os Santos Doutores falam da Intercessão dos Santos

A Bíblia aprova o culto dos santos

O Catecismo da Igreja nos ensina no §956:

“Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49).

São Domingos de Gusmão, moribundo, dizia a seus irmãos:

“Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida”.

E S. Teresinha do Menino Jesus dizia antes de morrer: “Passarei meu céu fazendo bem na terra”.

A Tradição da Igreja está repleta de confirmações sobre a intercessão dos santos. São Jerônimo (340-420), doutor da Igreja disse: “Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?” (Adv. Vigil. 6).

Santo Hilário de Poitiers (310-367), bispo e doutor da Igreja, garantia que: “Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos”.

São Cirilo de Jerusalém (315-386): bispo de Jerusalém e doutor da Igreja, afirmava que:

“Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: Patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires; para que Deus, por sua intercessão e orações, se digne receber as nossas”.

O Concílio de Trento (1545-1563) em sua 25ª Sessão, confirmou que: “Os santos que reinam agora com Cristo, oram a Deus pelos homens. É bom e proveitoso invocá-los suplicantemente e recorrer às suas orações e intercessões, para que vos obtenham benefícios de Deus, por NSJC, único Redentor e Salvador nosso. São ímpios os que negam que se devam invocar os santos que já gozam da eterna felicidade no céu. Os que afirmam que eles não oram pelos homens, os que declaram que lhes pedir por cada um de nós em particular é idolatria, repugna à palavra de Deus e se opõe à honra de Jesus Cristo, único Mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2,5)”.

Por tudo isto é que a Igreja ensina que devemos suplicar a intercessão dos santos. Essa intercessão, e especialmente a de Nossa Senhora, que é a mais poderosa de todas as intercessões, não substitui a medição única de Cristo, ao contrário, a reforça, pois, sem a medição única e indispensável de Cristo nenhuma outra intercessão teria valor, já que todas são feitas através de Jesus Cristo. Por isso a Igreja não teve invocar os santos e suas preces por nós diante de Deus.

É por isso também que a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de santos em seus filhos, a fim de que tenham desde pequenos um patrono no céu.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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