A Europa está morrendo?

Na Europa, as taxas de natalidade de nascidos de mães não europeias continuam a crescer.

Segundo o Gaudium Press (24/03/2021), de acordo com o relatório mais atualizado da Eurostat sobre o assunto, a taxa de fertilidade da União Europeia decresceu ainda mais no ano 2019, ficando em 1,53 de nascimentos por mulher. A taxa de mera reposição populacional sem necessidade de imigração é de 2,1.

Depois de a natalidade ter atingido um pico de 1,57 em 2016 – número que já era deficitário –, ela vem diminuindo desde então. O país com maior índice de natalidade é a França, com 1,86 nascimentos por mulher, e com os menores, Malta (1,14), Espanha (1,23) e Itália (1,27). No entanto, mesmo a França tem visto sua taxa de natalidade decrescer por seis anos consecutivos.

Um importante dado dentro desses números globais: as taxas dos nascidos na Europa, filhos de mulheres que não nasceram no continente, vêm crescendo desde 2013.

Estes últimos números diferem de país para país: enquanto em Luxemburgo 65% dos novos nascimentos são de mães estrangeiras, em Chipre, Áustria e Bélgica, são cerca de 30%, e na Bulgária, Eslováquia e Polônia, são menos de 10%.

Parece que as famílias querem sim ter mais filhos

Um estudo da associação familiar francesa UNAF relatou um dado interessante: as famílias gostariam de ter um número maior de filhos, 2,39, bem acima da reposição populacional. Então, se elas não os têm, não é porque não querem, mas porque não veem um “ecossistema” favorável a isso.

Parece que os principais obstáculos para esse maior crescimento são os econômicos, como altos custos educativos, de moradia e um sistema que não apoia financeiramente as famílias.

Mas, obviamente, há “razões” de tipo social, como o possível impacto negativo na carreira ao ter um filho, a não facilidade de creche para os filhos de pais que trabalham, e algum “bullying” social contra a maternidade.

No entanto, uma cultura individualista pesa fundamentalmente nessa baixa taxa de natalidade, onde a felicidade da vida em família e da maternidade não é reconhecida. Infelizmente, as pessoas só são valorizadas pelo o que produzem, pelos sucessos econômicos e profissionais.

Assim, as estatísticas mostram que essa cultura acaba sendo suicida. E os encarregados das políticas devem pensar em favorecer uma cultura social, familiar, não individualista, também com significativos apoios financeiros… mas não só.

Com informações Eurostat e Federação das Associações de Família Católica da Europa

Fonte: https://gaudiumpress.org/content/a-europa-esta-morrendo/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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