O anúncio feito por Cristo é a boa notícia, que suscita um
processo de transformação e de passagem para o novo. É saída do antigo, do
comodismo e infertilidade para assumir posturas comprometedoras com as
exigências da história.
Na visão bíblica e cristã, o antigo é pautado por atitudes
de pecado, de injustiças e desamor. A conquista do novo é o encontro com as
propostas do reino de Deus, a abertura do coração para a beleza da vida e a
presença da graça de Deus em quem a reconhece.
No mundo antigo, a Palavra anunciava castigo para as cidades
e povos infiéis a Javé. Nínive, por exemplo, foi ameaçada de destruição, caso
não seguisse os conselhos de Jonas. Mas o seu povo foi capaz de experimentar o
novo, mudando de vida.
A Palavra hoje não anuncia catástrofes, mas a chegada da plenitude dos tempos.
É como dizer: “o tempo está cumprido”.Aconteceu o nascimento de Jesus Cristo, a
chegada do novo. É a chegada do “fim dos tempos”, e não “fim do mundo”.
As catástrofes naturais, enchentes, destruições, perda de
pessoas e bens naturais, não significam chegado do fim do mundo, como está na
mente de muita gente. É o curso natural do tempo. O aquecimento global pode
ajudar nesse processo.
A boa notícia não provoca medo, mas conversão. Ela exige fé e
compromisso ativo na comunidade. O povo da cidade de Nínive entendeu a mensagem
do profeta Jonas. Ela era a capital dos gentios. Deus guia ao bom caminho os
pecadores.
A pregação de Jonas foi a imagem da pregação de Jesus. Em
Jesus acontece a “irrupção do reino de Deus”. Ele não anuncia catástrofe, mas a
boa nova do reino. Fez isto como Filho de
Deus, convocando as pessoas para a conversão e a esperança.
Conversão é diferente de fazer penitência. Não à base do
medo e do castigo, mas de fé na boa nova e de experimentar a presença de Deus
na vida. Isto faz do convertido discípulo-missionário e “pescador de homens”.
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto-SP