O sínodo geral dos anglicanos na Inglaterra rejeitou a ordenação de mulheres “bispos”, embora a proposta fosse apoiada pelo arcebispo de Canterbury e pelo líder máximo da comunhão anglicana, Rowan Williams, e pelo seu recentemente designado sucessor, Justin Welby. Tal proposta não teve também a aprovação dos leigos.
Os anglicanos aprovaram há 20 anos a ordenação de mulheres sacerdotes, mas o debate sobre a nomeação de mulheres bispo foi acirrado e provocou mais divisões no seio da Igreja Anglicana, não sendo aprovado.
Infelizmente a aprovação do sacerdócio de mulheres dificulta o ecumenismo com a Igreja católica, e o Papa João Paulo II lamentou isso profundamente já há 20 anos, quando foi aprovado. Pior ainda é que os anglicanos sofreram uma ruptura interna quando algumas de suas comunidades, como a igreja episcopal dos Estados Unidos, aprovou a ordenação de bispos homossexuais e mulheres “bispos”. A partir deste fato muitos anglicanos vieram para a Igreja católica. Em novembro de 2009, o Papa Bento XVI publicou a constituição apostólica Anglicanorum Coetibus, na qual estabelece a forma como os anglicanos, que assim o queiram, possam ingressar na comunhão plena da Igreja Católica.
Em 15 de janeiro de 2011, a Santa Sé anunciou a criação oficial do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham para a Inglaterra e Gales, como “uma estrutura canônica que permite uma reunião corporativa de tal modo que os ex-anglicanos podem ingressar na plena comunhão com a Igreja Católica preservando elementos de seu patrimônio anglicano”.
O campo de apostolado da mulher é amplo na Igreja, ainda que o impedimento da mulher ao ministério ordenado faça parte da Constituição da Igreja por parte de Cristo. Por isso, o Papa João Paulo II disse na exortação Christifideles laici, no n. 51 que: “A mulher não pode receber o sacramento da Ordem e, por isso, não pode desempenhar as funções próprias do sacerdócio ministerial”. Portanto, não foi porque os costumes da época não permitiam que Jesus não criou “Apóstolas”, nem mesmo a sua Mãe Santíssima, mas porque isso não deveria ser uma missão a mulher.
O Papa João Paulo II explicou que: “Esta é uma disposição que a Igreja sempre encontrou na clara vontade, totalmente livre e soberana, de Jesus Cristo que chamou apenas homens para seus Apóstolos”.
A Igreja não se sente autorizada a mudar aquilo que o Senhor instituiu e determinou. É para ela uma questão de fidelidade à vontade divina. E se é vontade divina, é bom, e descumpri-la seria prejudicial para a Igreja e para os fiéis. As palavras e o comportamento de Jesus Cristo sempre foram normativos para a vida e organização da Igreja.
O impedimento da mulher ao sacerdócio ministerial ordenado, não foi uma questão social da época; pois Jesus teve uma atitude surpreendente e nova para o seu tempo ao permitir que numerosas mulheres o acompanhassem em seu ministério e lhe dessem ajuda (cf. Lc 8,2-3).
Na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, o Papa João Paulo II deixou claro que este assunto está encerrado na Igreja; voltar a discuti-lo seria grave sinal de discordância ao Magistério Sagrado da Igreja. Eis o que disse o Papa:
“Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição da Igreja divina, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
Prof. Felipe Aquino