O Papa Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Nossa Senhora ao céu, cuja Solenidade foi instituída no dia 15/08/1950. Disse o Papa:
“A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.” A festa de Nossa Senhora “Rainha do Universo” é celebrada no dia 22 de agosto. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da nossa ressurreição. A Liturgia Bizantina, no Oriente, rezava assim: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte…. (festa da Dormição). A Igreja ensina que o papel de Nossa Senhora em relação à Igreja e a toda a humanidade vai ainda mais longe. “De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça” (LG 61). Temos uma mãe que nos gerou para a vida terrena; temos Outra que nos gera para a vida eterna. Não a abandone.
O nosso Catecismo ensina que esta maternidade de Maria no plano de Deus continua sem cessar a partir do consentimento que ela fielmente deu a Deus na Anunciação, que sob a cruz manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Levada ao céu por Deus e ali coroada Rainha do céu e da terra, não abandonou esta missão de nossa salvação, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. “Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora. protetora, medianeira.”
Esta missão materna de Maria em nosso favor em nada obscurece nem diminui a mediação única de Cristo (1 Tm 2,4); pelo contrário, mostra ainda mais a sua força, pois todas as graças que ela nos conquista provém dos méritos de Cristo, baseia-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela retira toda a sua força. Nenhuma criatura pode ser equiparada ao Verbo encarnado e Redentor. Mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos pelos ministros e pelo povo fiel, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes fomenta nas criaturas uma variada cooperação que participa de uma única fonte.” (n. 969-970)
Prof. Felipe Aquino