Como me dizia um velho sacerdote amigo, “há hoje alguns teólogos e religiosos modernos, mais modernos do que teólogos e religiosos”.
A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, com a aprovação do Papa Bento XVI (16/03/2012), condenou o absurdo e herético livro “Just Love. A Framework for Christian Sexual Ethics” (Só Amor: Um marco para a ética sexual cristã) da religiosa Ir. Margaret A. Farley, ex-superiora geral da congregação ‘Sisters of Mercy of the Americas’ (Irmãs da Misericórdia das Américas), onde promove a masturbação, os atos homossexuais, as uniões homossexuais e o divórcio.
A ACI Digital reproduziu na integridade a notificação divulgada pela CDF e assinada pelo seu Prefeito o Cardeal William Levada, pode ser lida em: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=23722
Eis alguns dos principais erros da Irmã Farley, apontados pela Santa Sé:
1 – não aceita e ignora o papel do Magistério da Igreja, instituído por Jesus Cristo para nos guiar na compreensão da Palavra de Deus e da Sagrada Tradição viva da Igreja.
2 – revela “uma compreensão defeituosa da natureza objetiva da lei moral natural, que não está de acordo com a genuína teologia católica”.
3 – Irmã Farley escreve: “A masturbação (…) geralmente não comporta nenhum problema de caráter moral. (…). O Catecismo da Igreja afirma que: “Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado”. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade. Aí o prazer sexual é buscado fora da “relação exigida pela ordem moral, que realiza, no contexto de um amor verdadeiro, o sentido integral da doação mútua e da procriação humana (§ 2352; CDF, decl. Persona humana, 9).
“Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais” (§2396).
4 – Irmã Farley escreve: “Do meu ponto de vista (…), as relações homossexuais o os atos homossexuais podem ser justificados, de acordo com a mesma ética sexual, exatamente como as relações e os atos heterossexuais. Tal posição não é aceitável. A Igreja Católica distingue entre pessoas com tendências homossexuais e atos homossexuais. Quanto às pessoas com tendências homossexuais, o Catecismo da Igreja Católica ensina que as mesmas devem ser acolhidas “com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta”. No entanto, quanto aos atos homossexuais o Catecismo afirma: “Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”. (§2357).
5 – Irmã Farley aprova o casamento de pessoas do mesmo sexo.
“A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais”.
6 – Irmã Farley aprova o divórcio e um segundo casamento contra a doutrina católica da indissolubilidade do matrimônio. O Papa João Paulo II disse na “Familiaris Consortio”: “A Igreja mantém, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo («quem repudia a sua mulher e casa com outra comete adultério em relação à primeira; e se uma mulher repudia o seu marido e casa com outro, comete adultério»: Mc 10, 11-12), que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro Matrimônio foi válido. Se os divorciados se casam civilmente, ficam numa situação objetivamente contrária à lei de Deus. Por isso, não podem aproximar-se da comunhão eucarística, enquanto persistir tal situação. Pelo mesmo motivo, ficam impedidos de exercer certas responsabilidades eclesiais. A reconciliação, por meio do sacramento da Penitência, só pode ser dada àqueles que se arrependerem de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometerem a viver em continência completa.”(n.83/84)
A Congregação preveniu os fiéis de que o livro da Irmã Farley não esta de acordo com a doutrina da Igreja e portanto não pode ser utilizado nem para a direção espiritual e formação, nem para o diálogo ecumênico e inter-religioso.
É de se perguntar: por que uma religiosa com esses pensamentos permanece na Igreja Católica envenenando o bom povo católico? Não seria mais coerente e lógico que os teólogos e religiosos que não comungam com os dogmas e verdades católicos deixassem o nome de católicos? Se minha mãe ainda estivesse viva, diria: “É o fim do mundo!”
O Papa Bento XVI disse que:
“Numa visão subjetiva da teologia, o dogma é muitas vezes considerado como uma camisa-de-força intolerável, um atentado à liberdade do estudioso, individualmente considerado. Perdeu-se de vista o fato de que a definição dogmática é , ao contrário, um serviço à verdade, um dom oferecido aos crentes pela autoridade querida por Deus. Os dogmas, disse alguém, não são muralhas que nos impedem a visão, mas ao contrário, janelas abertas que dão para o infinito.” (“A Fé em Crise? O Cardeal Ratzinger se interroga”; J. Ratzinger/ V. Messori; Ed. Pedagógica e Universitária LTDA; E.P.U.; 1985, pg. 49/50).
O Papa São Gregório VII (1073-1085) disse no “Dictatus Papae”:
“A Igreja romana nunca errou, e segundo o testemunho das Escrituras nunca cairá no erro” (n.22).
“Ninguém deve ser considerado católico se não estiver de pleno acordo com a Igreja Católica” (n.26).
(Registrum Gregorii VII, História da Igreja, Roland Frohlich).
Prof. Felipe Aquino