Você conhece a história da Batalha de Lepanto?

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Saiba mais sobre um dos casos que se tornaram inesquecíveis na história da Igreja, marcado pela poderosíssima proteção de Nossa Senhora!

Somos o “Corpo de Cristo”, e Maria, Mãe de Cristo, logo é também a Mãe de seu Corpo que é a Igreja. É por essa razão que durante o Concílio Vaticano II o Papa Paulo VI declarou solenemente que: “Maria é Mãe da Igreja, isto é, Mãe de todo o povo cristão, tanto dos fiéis como dos Pastores” (discurso a 21 de novembro de 1964). Mais tarde, em 30 de junho de 1968, na Profissão de Fé, conhecida como o “Credo do Povo de Deus”, repetiu essa afirmação de forma ainda mais compromissiva:

“Nós acreditamos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu e sua missão maternal em relação aos membros de Cristo, cooperando no nascimento e desenvolvimento da vida divina nas almas dos remidos”. “O conhecimento da verdadeira doutrina católica sobre a Bem-aventurada Virgem Maria continuará sempre uma chave para a compreensão exata do mistério de Cristo e da Igreja”.

Para exemplificar a proteção poderosíssima de Nossa Senhora à Igreja, gostaria de citar um dos casos que se tornaram inesquecíveis na história da Igreja.

Um deles foi o da batalha de Lepanto, no mar da Grécia, em 1571, onde Maria se mostrou de fato a grande “Auxiliadora dos Cristãos”, título este que o Papa S. Pio V acrescentou na Ladainha Lauretana de Nossa Senhora, após a milagrosa vitória da esquadra cristã, organizada pelo Papa e comandada pelo Príncipe Dom João d’Áustria, sobre as forças muçulmanas, que ameaçavam invadir a Europa e escravizá-la ao Império Otomano.

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Influência da Virgem Maria na vida da Igreja

Maria, Onipotência Suplicante

São Pio V enviou para o Imperador uma bandeira, na qual estava bordada a imagem de Jesus crucificado. A preparação dos soldados consistiu em um tríduo de jejuns, orações e procissões, suplicando a Deus a graça da vitória, pois o inimigo não era apenas uma ameaça para a Igreja, mas também para a civilização. Tendo recebido a Santa Eucaristia, partiram para a batalha. No dia 7 de outubro de 1571, invocando o nome de Maria, Auxíliadora dos Cristãos, travaram dura batalha nas águas de Lepanto. Três horas de combate foram necessárias… A vitória coube aos cristãos, que ao grito de “Viva Maria”, hastearam a bandeira de Cristo.

O Papa mandou um cardeal benzer as armas dos soldados, pedindo que levassem o santo Rosário como a arma mais forte. Era uma guerra de legítima defesa da Europa invadida, depois que os turcos tomaram Constantinopla em 1453, e agora ameaçavam destruir o Ocidente cristão. Foi uma batalha decisiva. Os muçulmanos sempre tentaram, e ainda tentam destruir o cristianismo, e conquistar o mundo para Alá, pela força das armas, é a guerra santa: Jihad.

A Europa estremeceu, e estava em risco a civilização cristã e a religião católica, que custou tanto sangue dos mártires. S. Pio V implorou a proteção da Virgem Maria em favor do povo cristão, pedindo à Virgem que afastasse, de uma vez por todas, o perigo do islamismo ameaçador.

No dia 7 de outubro de 1571, na grande e temida batalha de Lepanto, na Grécia, os cristãos venceram definitivamente os turcos. As forças cristãs eram minoria, os turcos tinham cerca de trezentos barcos de guerra no mar da Grécia, mas, por ação de Nossa Senhora, milagrosamente, as forças turcas foram aniquiladas.

O Papa quis então demonstrar sua gratidão à Mãe da Igreja e dos homens, e mandou incluir na Ladainha a invocação, “Auxiliadora dos Cristãos, rogai por nós”.

A festa litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora, tão cara a D. Bosco, a quem ela apareceu em sonho na infância, veio com o Papa Pio VII, em 1816, depois de mais uma maravilhosa demonstração de carinho e proteção dela para com o Papa e a Igreja.

Napoleão era imperador da França e, por não ser atendido pelo Papa em seus desejos de grandeza que queriam subjugar a autoridade do Pontífice, mandou prendê-lo, submetendo-o a maus-tratos na prisão de Fontainebleau.

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O Papa, sem nada poder fazer, recorreu à proteção de Nossa Senhora para não perder a coragem e não vacilar, prometendo-lhe, que, se saísse da prisão iria coroar a imagem de Nossa Senhora de Savona, por onde passara a caminho do cárcere.

Depois de um bom tempo Napoleão perdeu o trono, vencido nos campos de batalha, e foi feito prisioneiro na mesma prisão de Fontainebleau, onde mandara prender o Santo Padre. Ali assinou a rendição aos ingleses. Castigo de Deus.

O Papa pôde então sair da prisão; foi até Savona cumprir seu voto coroando a imagem de Nossa Senhora de Savona. Depois entrou em Roma, aplaudido pelo povo, carinhosamente. Em agradecimento a Maria, instituiu a festa de Nossa Senhora, fixando-lhe a data de 24 de maio, dia de sua entrada triunfal em Roma.

Esses fatos históricos, mostram que Maria não é apenas a protetora de cada um de nós, mas também da Santa Igreja que seu Filho lhe confiou aos pés da Cruz.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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