Um desafio urgente aos católicos

É público e
notório que o ensino básico e fundamental em nosso país, é de qualidade baixa e
deixa muito a desejar, especialmente nas escolas públicas, com raras exceções.

Pior ainda
é que estamos vendo um encaminhamento desastroso na educação moral das crianças
e jovens, com programas de ensino e outras iniciativas que vão contra a moral
ensinada pelo Cristo e pela Igreja. Até máquina de distribuir “camisinhas”
estão sendo colocadas nas escolas, encaminhando os jovens para a promiscuidade
sexual; vida sexual sem sentido, sem compromisso.

Antigamente
as famílias davam uma boa formação catequética e moral para as crianças; hoje,
no entanto, isso já não acontece, uma vez que muitos pais, embora católicos,
estão distantes da Igreja, não conhecem a “sã doutrina” da fé; desafiam as leis
de Deus e os ensinamentos da Igreja. A secularização pagã invadiu também os
lares cristãos através de uma mídia que visa sobretudo o lucro, o consumo, o
exibicionismo, hedonismo, etc.

Por outro
lado, muitos milhares de crianças nem mesmo têm pai e mãe a seu lado para educá-las
“na fé do Cristo e da Igreja”, embora tenham prometido isso no momento do
casamento ou no dia do batismo da criança. Quando o Papa João Paulo II esteve
pela última vez no Brasil, em 1997, falando aos jovens no Maracanâ, disse-lhes
com toda clareza que: “No Brasil,, por causa do “amor livre”, há milhares de
crianças “órfãs de pais vivos”. Que tristeza!

Como,
então, uma criança dessas vai ser educada na fé do Cristo e da Igreja?

A família,
ameaçada de todos os lados, já não cumpre a sua missão de levar os filhos para
Deus. Quem o fará, então? Não há outra alternativa a não ser a Igreja. E nós
leigos somos a Igreja também. E precisamos fazer algo para salvar nossas
crianças e jovens desse mundo que “jaz no maligno” e que os arrasta para o
neo-paganismo, esoterismo, imoralidade e até ódio ao cristianismo, por ele não
compactuar com as obras das trevas.

Nos
momentos difíceis da História da Igreja, quando as falsas doutrinas ameaçavam a
verdadeira fé e a Igreja, os santos, sobretudo, olhavam com carinho a educação
e evangelização das crianças, porque nelas sempre viram o futuro da Igreja e da
sociedade. Crianças e jovens sem educação religiosa hoje, significa uma
sociedade ateísta, hedonista, vazia, egoísta, individualista… amanhã.

Muitos
santos se empenharam nesta tarefa importante. Santo Inácio de Loyola espalhou
seus colégios e universidades jesuítas pelo mundo todo. O mesmo fez S. João
Bosco (1861) com os salesianos e com  as Irmãs de Maria Auxiliadora
(1876).          São Marcelino
Champagnat, fundou os Irmãos Maristas, que a tantos formaram;  S. João
Batista de La Salle
(1724), fundou a “Congregação de Irmãos das Escolas Cristãs” (os Lassalistas),
etc. Muitos outros fizeram o mesmo; e, por causa disso, a sociedade era cristã;
nossos valores eram cristãos, nossas leis eram cristãs, porque quem as
elaborava eram cristãos, formados muitos deles em escolas cristãs.

E hoje?
Infelizmente isso não existe mais; a maioria dessas boas escolas confessionais
fecharam as portas, outras continuam evangelizando vivamente, mas me parece que
a maioria delas perdeu o zelo apostólico dos seus fundadores.

Eu e meus
oito irmãos estudamos em um
Colégio católico, que nos dava bom ensino técnico e
religioso; todos nós estamos hoje na Igreja, vivendo segundo as leis do Cristo
e da Igreja. Mas quando eu coloquei meus cinco filhos na mesma escola, percebi
com muita tristeza que a formação religiosa que receberam ficava muito aquém
daquela que nós tínhamos recebidos.

Então, como
enfrentar o problema hoje? Vejo um horizonte pela frente. A Canção Nova criou o
seu Instituto de Ensino para crianças e jovens; são mais de mil crianças
recebendo boa formação intelectual e religiosa. Não há fins lucrativos, o
objetivo é evangelizar as crianças e os jovens. Dali eles saem, se preciso
batizados, crismados e preparados para viver os sacramentos.

Hoje são
muitas comunidades de leigos, grupos de oração, etc. que poderiam fazer o mesmo
que a Canção Nova faz; isto é, se coligarem, e abrirem boas escolas para
crianças e jovens, com o propósito e reta intenção de evangelizá-los, como
pediu o Papa João Paulo II: “com novo ardor, novos métodos em nova expressão”.
O Espírito Santo, “que sopra onde quer”,saberá sem dúvida guiar-nos nesta
urgente missão e desafio.

Temos na
Igreja um exército de bons professores e professoras que poderiam fazer isso,
muitos até já aposentados, e muitos sem usar o grande potencial de que dispõem
para evangelizar. Ora, na Igreja não há  aposentados e desempregados.

Precisamos
rezar, nos unir, invocar o divino Espírito Santo, para superarmos a estagnação
de uma vida parada, quando tantas crianças e jovens estão sendo engolidas pelo
dragão vermelho que comanda um mundo que “jaz no maligno”. Se isso não for
feito hoje, amanhã será tarde; e poderemos chorar pela sorte dos nossos filhos
longe de Deus.

Felizmente
já existem alguns bons exemplos de escolas católicas conduzidas por leigos
fervorosos que têm verdadeiro zelo apostólico; então, essa boa semente precisa
ser espalhada em todo o nosso país. Se em cada bairro de nossas cidades
tivermos uma escola verdadeiramente católica, comprometida com os ensinamentos
da Igreja, e seu Catecismo,  a situação será outra.

Lanço aqui
o desafio, conheça, por exemplo, a Escola da Canção Nova, em Cachoeira Paulista,
ou outra boa escola católica. Quem sabe Deus colocará no seu coração o desejo
de fazer algo semelhante pelo bem dos seus filhinhos mais amados e indefesos.
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Prof.
Felipe Aquino – 12.01.2011

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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