“Testemunho de amor até o martírio” de família polonesa

Os Ulma esconderam 8 judeus e foram assassinados junto a eles

ROMA, domingo, 17 de abril de 2011 (ZENIT.org) – “O testemunho de amor até o martírio” é o título da conferência realizada na última quinta-feira, no auditório do Instituto Pontifício João Paulo II de Roma, dentro do ciclo de encontros dedicados ao tema “Perfis de santidade conjugal”.

O historiador polonês Mateusz Szpytma recordou o martírio, durante a 2ª Guerra Mundial, dos cônjuges poloneses Wiktoria e Józef Ulma, que, ao tentar salvar os judeus que haviam escondido em sua casa, foram assassinados pelos nazistas.

Os Ulma, com seus 6 filhos (além disso, Wiktoria estava no sétimo mês de sua nova gravidez), e 8 judeus das famílias Szall e Goldman, que se escondiam, foram executados pelos nazistas em 24 de março de 1944, em Markowa, no sul da Polônia.

Józef e Wiktoria se conheceram na Companhia de Teatro Amador de Markowa e se casaram em julho de 1935.

História e herança

Na segunda metade de 1942, a maioria dos judeus de Markowa foi exterminada. Foi provavelmente nesse momento que as duas famílias pediram aos Ulma que os escondessem. Foram os Goldman – Golda e Layka, com uma filha – e os Szall – um comerciante de gado com seus 4 filhos.

A família Ulma foi declarada “Justa entre as Nações” em 1995. O memorial do Holocausto, ‘Yad Vashem’, “premiou mais de 6 mil poloneses, que representam o grupo nacional mais consistente entre os mais de 20 mil Justos reconhecidos até agora”, disse Szpytma.

Em agosto de 2003, introduziu-se o processo de beatificação da família Ulma, na diocese de Przemysl.

Até agora, nasceram duas associações católicas que escolheram os Ulma como padroeiros e que trabalham no apoio às famílias em dificuldade.

Em 2003, Szpytma começou a construir um monumento em homenagem aos Ulma, em Markowa. Sobre o monumento há uma inscrição que diz: “Salvando a vida dos outros, sacrificaram as próprias (…). Que o seu sacrifício seja um apelo ao respeito e amor devido a todos! Eles eram filhos e filhas da nossa terra e permanecem em nossos corações. A comunidade do distrito Markowa”.

“Acho que vamos celebrar em breve a beatificação dos Servos de Deus Ulma e, se Deus quiser, também a cerimônia de abertura do Museu da Família Ulma, dos poloneses que salvaram os judeus, marcando a comemoração do 70º aniversário desse crime”, concluiu Szpytma.

(Roberta Sciamplicotti)

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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