Tentando reorientar os objetivos

A luta é renhida. Nossa intenção, no esforço pelo seguimento de Jesus, é alcançar a perfeição cristã.  E não é qualquer perfeição. Nossa glória é amar o Criador e Pai, acima de qualquer amor possível. Isso seria alcançar a completa pacificação do nosso “eu”. Seria como um rio fluir serenamente, porque segue o seu leito natural. Nós fomos feitos para isso: abrir o coração para o nosso sábio e infinito Amigo.  Mas existe um porém. Para esse amor ficar comprovado, é preciso conviver com o semelhante na difícil realidade da vida, através do trabalho, da criatividade, do ajustamento de conduta, do perdão…Sem isso o meu amor para com o Grande Ser seria enganador.

Temos uma tendência enorme para considerar importantes para a  perfeição cristã, apenas as virtudes ativas, como sejam a caridade, a piedade  na oração, a sabedoria. As virtudes passivas, como a obediência, o pedido de perdão, a paciência, a humildade, fariam parte da “moral dos escravos”, enfim dos perdedores. Nada mais falacioso. “Excelso é o Senhor, e olha para os humildes”  (Sl 138, 6). Nós somos como um computador que, de vez em quando é invadido por vírus, que desconfiguram o disco rígido e os programas. O que então se precisa fazer é desfragmentar, para reordenar os programas. O que assistimos hoje é o abandono do arrependimento, que seria uma atitude servil. Seria não ter coluna vertebral. Confessar-se, no sacramento da Penitência, não faria mais parte da vida de um líder. Admite-se que precisamos, e muito, da Eucaristia, e da reflexão da Palavra Sagrada. Mas, apresentar-nos diante do representante da Igreja, para solicitar o perdão de Deus, não seria atitude de homem liberto. As conseqüências estão aí: todos querem comungar, mas poucos assumem atitude humilde, para receber o sacramento da Penitência. O bem-aventurado João Paulo II se confessava semanalmente, para purificar o seu coração pela graça divina. Entre nós existem fiéis que, por anos não se confessam, imaginando que estão puros. São Pedro exortava o povo do seu tempo:”Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam apagados” (At 3, 19). Isso leva à perfeição cristã.

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por Dom Aloísio Roque Oppermann scj

Arcebispo de Uberaba – MG

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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