A Venezuela
está perdendo seus cérebros: intelectuais, técnicos e especialistas nos mais
diversos campos abandonam o país sufocados pela prepotência chavista ou
pauperizados pela falta de empregos e projetos. Artistas, advogados, médicos,
gerentes de empresas, engenheiros migram de sua terra natal que afunda nas
trevas e na miséria socialista.
Muitos vão
para a Cidade do Panamá ou Miami. Engenheiros de petróleo trabalham em
plataformas no Mar do Norte ou em areias betuminosas do Canadá. Calcula-se que
meio milhão de venezuelanos qualificados fazem parte desta diáspora.
O êxodo
racha famílias, estanca carreiras individuais, esvazia as cátedras
universitárias, institutos de pesquisa e indústrias. O porvir da nação está
gravemente comprometido. Sem mestres, administradores e técnicos a economia se
desorganiza e teme-se um “Black-out” geral da atividade produtiva num país que
já foi um dos mais ricos do hemisfério.
Nos anos 80
e 90, médicos, físicos, químicos, biólogos e engenheiros venezuelanos faziam
estudos de alta tecnologia e registravam 25 patentes por ano. “Publicamos o
mesmo número de estudos científicos que México, Chile e Colômbia”, disse o
biólogo Jaime Requena, da Academia de Ciências da Venezuela ao O Estado de
S.Paulo. Mas, desde 2002, o escritório de patentes dos EUA já não registra mais
nenhuma invenção venezuelana.
O
policiamento do “socialismo do século XXI” bloqueia as pesquisas científicas
que não passam pelo crivo ideológico chavista. Nesse caso, seus trabalhos são
declarados sem “relevância social”.
Mas, há
métodos mais brutais. O biólogo Requena, formado na Universidade de Cambridge,
publicou um trabalho sobre a decadência da produção cientifica venezuelana sob
o chavismo.
Por esse
“crime”, perdeu o cargo no Instituto de Estudos Avançados, sem direito a
aposentadoria. Os trabalhos científicos patrocinados pela iniciativa privada
praticamente inexistem: a aberta hostilidade e confiscos socialistas contras as
empresas capitalistas.
“Não há uma
única empresa que tenha um laboratório respeitável de investigação
tecnológica”, disse Requena se referindo às conseqüências do socialismo
chavista.
Venezuela
tem 25 mil pesquisadores no exílio. Um deles, é Pedro Pereira Almao, engenheiro
químico, agora diretor de um centro de pesquisas energéticas na Universidade de
Calagary, Canadá, que emprega 1.500 funcionários
Não longe
da Venezuela, está uma nação que já passou por revolução análoga e agora se
debate na fome e a miséria extrema sob ditadura dos Castros. Os socialismos do
século XX e XXI parecem um calco um do outro.