São Severino do Ramo

Severino era um rico cidadão romano que deu os seus bens materiais para
os pobres e foi viver no deserto de Egito. Ali ele ficou em um grande conflito
em viver sozinho em oração ou atender ao chamado de Deus para evangelizar os
descrentes.

Severino seguiu o chamado de Deus e foi para a Áustria em uma época que
era uma estrada por onde passavam muitos invasores bárbaros. Severino mais ou
menos no ano de 453 conheceu uns misteriosos e desconhecido homem enviado por
Deus para ajudar povo sofredor de Nortico. Ele não deu nenhuma informação de
quem estava por traz dele, mas indicava seu alto posto e pela suas maneiras era
um homem de educação, cultura e distinção. Ele aparentava ser um romano africano
de Cartago e um conterrâneo de São Agostinho de Hippo.
Átila, rei dos Hunos havia morrido e deixado um legado de destruição, confusão
caos e a terra fértil e boa da Europa Central estavam a mercê de exércitos sem
líderes e tribos prontas para saquear. Neste cenário de caos Severino chegou e
construiu uma ermida perto de Viena. O trabalho não era fácil. Muitos ignoravam
tudo que ele pregava, mas Severino tinha grande perseverança e continuou a
pregar e fundou vários monastérios ao longo do Danúbio e fazendo um oásis de
cristianismo nesta terra sem Cristo.
Quando as suas palavras provaram serem verdadeiras eles o chamavam e ele
calmamente os atendia e os ajudava. Ele descobriu que uma mulher rica havia
escondido grandes quantidades de mantimentos e a persuadiu a da-las aos mais
famintos. Ele pôs novos corações nos habitantes e deu a eles a coragem de
fortalecer as defesas da cidade. Severino se interpôs no caminho dos Goths e o
medo que eles tinham dele, era o medo da mão de Deus. Vários milagres são atribuídos
a ele. Ele soltava os cativos, ajudava e confortava os oprimidos e os pobres,
cuidava dos doentes e fazia todos os esforços para dar instrução aos católicos
do Danúbio, no vale de Viena.
Ele fez ainda muitos milagres. Parece que ele afastou, com suas orações, a
praga dos gafanhotos que ameaçava acabar com as colheitas e trazer mais fome.
Devagar muitos austríacos aceitaram a sua fé.
Quando a nuvem de terror se levantou, ele saiu da sua ermida, mas continuou a
trabalhar, conseguir e distribuir comida, libertar os cativos e conciliar
tribos inimigas. Certa vez Odoacer, o mais audacioso dos bárbaros, veio
procurar os seus conselhos e se ajoelhou para receber a sua benção. São
Severino construiu várias igrejas e evangelizou grande parte da Áustria e da Bavária.
Ele tornou-se o santo mais popular da região. Mesmo no inverno quando o Danúbio
ficava completamente congelado ele insistia em andar descalço e usar uma única
túnica. É dito que ele nunca comia até o pôr do sol e permitia a si apenas uma
refeição por semana. Por 30 anos este santo e ativo homem cujas origens
continuam misteriosas eram respeitados por todos. A tradição diz que ele previu
a sua morte. Diz a lenda que ao deitar-se para morrer ele cantava : “Que
todas as coisas que respirem louvem o Senhor”. Assim morreu tranquilamente
e em paz. Seis
anos após a sua morte seus restos mortais foram trasladados para Nápoles onde o
grande Monastério Beneditino de São Severino foi construído para ser o
santuário das suas relíquias.
Na liturgia da igreja as vezes ele é mostrado afastando os gafanhotos e as
vezes com um ramo de cereal ou trigo que teria salvo e as vezes com uma
armadura lembrando que repeliu os bárbaros.
No Brasil existe um Santuário em homenagem a São Severino, nas terras do antigo
Engenho Ramos, na cidade de Paudalho, Pernambuco, que seria o maior centro de
romaria do Estado. O Santuário é na Capela de Nossa Senhora da Luz, hoje mais
conhecida como igreja de São Severino.
Existe uma imagem que teria sido trazida de Roma por um filho da então proprietária
do engenho. Também não se sabe quando começou a romaria, porém, encontram-se
relatos de milagres em meados do século XIX, e foi necessária a ampliação da
Capela no início do XX, visto o intenso fluxo de peregrinos ao local.
A imagem do Santo, deitado e em tamanho natural, está no altar lateral
esquerdo. É para lá que todos se dirigem. É tratado simplesmente como São
Severino, ou como “São Severino do Ramo”, ou ainda “São Severino
dos Ramos” em virtude do nome do engenho. Esta confusão levou a que o
grande dia de romaria seja no Domingo de Ramos, e não no dia 08 de janeiro.
Parece que originalmente a roupa da imagem era azul. Esta nova, vermelha, foi
confeccionada em substituição a anterior, deteriorada em virtude do assédio de
romeiros que espetavam o Santo acreditando que sangraria.

Sua festa é celebrada no dia 8 de janeiro.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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