Sacerdote Equatoriano compartilha sua história: “Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram a vida”

pppadreluisO site ACIDIGITAL (18 de fevereiro de 2013) divulgou o belo testemunho de um sacerdote do Equador, chamado Luis Alfredo León Armijos, que foi concebido como fruto de estupro. Sua mãe foi estuprada quando ainda tinha 13 anos.

Segundo ACIDIGITAL, a partir de um diálogo telefônico, o Padre Luis Alfredo, atualmente pároco da Paróquia São José em Loja, contou que sua mãe María Eugenia Armijos Romero, para ajudar seus pais e a seus sete irmãos, cuidava e limpava de uma casa de família em Loja. Certo dia “o dono da casa aproveitando que estava sozinho, abusou dela deixando-a grávida”.

A família de Maria “não queria que o bebê nascesse e por isso batiam na sua barriga e davam-lhe algumas bebidas para que abortasse”, e apesar de não ter o apoio de sua família, ao ver-se sozinha, sempre defendeu a vida de seu filho, “orou e sentiu em seu coração que o Senhor lhe dizia: defende essa criança que está em ti”, relatou o sacerdote.

Não houve outra saída a não ser fugir. María fugiu para a cidade de Cuenca, onde conseguiu sobreviver por seus próprios meios. Foi então que no dia 10 de outubro de 1961 às 10h que Luis Alfredo Armijos Romero veio ao mundo, ainda que com um parto com muitas complicações devido a pouca idade e a estrutura frágil de sua mãe. Até por isso, Luis Alfredo nasceu com alguns problemas respiratórios que com o tempo e amor de mãe foram curados.

Passado algum tempo, María regressou para Loja para começar “uma vida como mãe solteira. Meu pai aceitou reconhecer-me e encarregar-se de mim, mas isso não quer dizer que as coisas estavam bem entre eles”.

Pe. Luis Alfredo continua sua história contando que seu “pai visitava sempre a casa e cumpria suas obrigações para conosco. Eles (seus pais) tiveram mais 3 filhos, e minha relação com ele era distante, mas boa. Eu tinha muito respeito por ele, infundia autoridade, foi muito forte comigo, me levava para trabalhar”.

Aos 16 anos, Pe. León recebeu um convite para conhecer à Renovação Carismática onde teve seu encontro pessoal com Cristo e pôde experimentar o seu imenso amor. A partir daí começou a pregar, a dar catequese em todo lugar que Deus o conduzia, como nos ônibus, nas casas de recuperação de menores.

Quando chegou aos 18 anos sentiu-se chamado a seguir a vocação sacerdotal, e entrou no seminário de Loja mesmo contra a vontade de seu pai, que lhe dizia: “você não pode ser sacerdote porque você deve saber bem quem você é”.

Com permissão especial do Bispo devido a sua pouca idade, foi ordenado sacerdote aos 23 anos e ressalta: “foi toda uma bênção para minha vida”.

Dois anos depois, ingressou no Caminho Neocatecumenal e sua mãe lhe contou, depois de terminar a relação com seu pai, como foi que veio ao mundo. Isso marcou o ponto de início para um caminho de reconciliação de ambos. O sacerdote ajudou a sua mãe a entender que não podia odiar o seu pai e que Deus a convidava a amar sua própria história.

O sacerdote relatou ao grupo ACIDIGITAL que com esta experiência ele compreendeu que sempre tinha pregado aos outros sobre o amor de Cristo em suas vidas e agora entendia que “Deus me permitia ser sacerdote não para julgar, mas para perdoar, para ser instrumento de sua misericórdia, e eu tinha julgado muito o meu pai por tudo”.

Segundo afirmou em entrevista ao ACIDIGITAL, anos depois recebeu uma ligação do seu pai “ia fazer uma operação e estava com medo, e me disse: quero que me confesse”. Depois de 30 anos sem comungar, “meu pai retornou à comunhão, à Eucaristia”.

“Eu lhe dizia: pai, você merece o céu, uma vida eterna, assim como a Igreja também está me fazendo ver o céu, e nesse momento os olhos do meu pai se encheram de lágrimas”.

Quando o Pe. León prega para mães gestantes que passam por dificuldades lhes recorda que assim como Jeremias, Deus forma no ventre a vida de um filho, e que não o vejam como “um filho que traz sofrimento, que traz dor, eu lhes digo que um filho traz a salvação, traz bênçãos”. E acrescenta: “Como Jesus Cristo que foi insultado, açoitado, já desde menino foi causa de cruz e de dor, em seus filhos recebam a bênção de Jesus” .

O presbítero aconselha aos filhos que conheçam bem “a própria história. Aprendam a ver as coisas desde o amor de Deus. Podemos inteirar-nos de nossa história e odiar a própria vida, julgar a Deus como aconteceu comigo, mas descobri que o amor de Deus tinha estado aí me cuidando em toda a vida”.

“Jovem, se o pai da terra errou e te falhou, Deus Pai nunca nos falhou. Se for filho e mãe solteira deve ver em sua vida como Deus Pai te cuidou. E conclui afirmando: “Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram à vida, eu digo é uma gratuidade, tudo o que tenho, a vida em si mesmo é um dom delicioso que Deus dá”, concluiu.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24888

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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