Religiosa testemunha de vários milagres eucarísticos a caminho dos altares

MadreAdeleGarnier_DominioPblico_191016Segundo o ACI Digital (20/10/2016), devido a sua “extraordinária vida e virtudes” a Congregação para a Causa dos Santos outorgou à Madre Adele Garnier o título de Serva de Deus e com isso foi aberto oficialmente sua causa de beatificação.

A Madre Adele Garnier fundou a Congregação Beneditina das Adoradoras do Sagrado Coração de Jesus de Montmartre, em 21 de junho de 1867. Teve uma vida marcada pelo sofrimento físico e espiritual, teve visões de Cristo e viveu a agitação política na sua época.

De acordo com um relatório do ‘The Catholic Herald’, o Pe. Gianmario Piga escreveu uma biografia espiritual da Madre Adele (2012), na qual relatou a história de um milagre eucarístico presenciado pela religiosa.

Em uma carta ao Pe. Charles Sauvé, a religiosa recordou o momento no qual viu o Santíssimo Sacramento se converter em carne e sangue. “Quando o sacerdote pegou uma hóstia consagrada e a colocou no cálice, levantei o meu olhar para adorá-lo e contemplá-lo”.

“Oh, se você pudesse saber o que vi e como ainda me sinto comovida e impressionada por esta visão. Os dedos do sacerdote não seguraram um pedaço de hóstia branca, mas uma hóstia vermelha viva, com a cor de sangue, mas ao mesmo tempo luminosa… Os dedos do sacerdote estavam vermelhos à direita da hóstia, era uma mancha de sangue que parecia que ainda estava úmida”, relatou.

As religiosas da sua congregação tentaram abrir a causa beatificação e canonização da Madre Adele durante 20 anos, mas a falta de recursos as impediu.

“Entretanto, em tempos mais recentes, por causa da crescente fama de santidade e sua poderosa intercessão para obter favores espirituais e temporais, estamos convencidas de que chegou o momento de seguir adiante com sua causa de canonização”, explica a ordem de beneditinos do Montmartre em seu site.

A Madre Garnier nasceu no dia 15 de agosto de 1838 em Grancey-le-Château (França). Durante muito tempo sentiu um desejo de estar perto de Cristo, mas não sabia que a sua vocação era para a vida religiosa.

Aos seis anos, Adele perdeu a sua mãe. Dois anos depois, foi enviada a um internato onde permaneceu até os 16 anos.

Pouco depois de voltar para a casa, no final do período escolar, um rapaz pediu sua mão em casamento e Marie aceitou. Entretanto, a decisão não durou muito, pois ele lhe causou uma grande decepção.

Tempos depois, Adele trabalhou como governanta de uma família francesa no castelo de Aulne. Enquanto permaneceu ali, serviu como sacristã do castelo. Nesse lugar, teve uma visão de Cristo, que lhe apareceu em sua hóstia. Com o passar do tempo, a imagem começou a ser usada nas medalhas da sua ordem.

Pouco depois desta visão, a França estava em meio à guerra franco-prussiana, que causou o final do segundo império francês.

A agitação política do país causou a Adele tanto sofrimento e desolação na alma, que seu diretor espiritual a ordenou rezar no Santíssimo Sacramento. Depois de um momento de oração, ela foi tomada “fortemente por uma alegria que a tirou da razão”. “Senti-me como se fosse golpeada por um raio, que me manteve como em uma espécie de rapto que não posso descrever”.

Depois desta experiência e do fim da guerra, em março de 1897, Adele e outras duas irmãs permaneceram em um apartamento em Montmartre (França), dedicando sua vida à oração, ao trabalho pastoral e usavam escapulários brancos debaixo da roupa secular.

Em 4 de março de 1898, o Arcebispo de Paris, Cardeal François-Marie-Benjamin Richard de la Vergne, autorizou o estabelecimento da nova ordem: as Adoradoras do Sagrado Coração de Jesus de Montmartre.

Devido às leis anti-congregacionalistas de 1901 na França, as religiosas foram expulsas do país e tiveram que se refugiar na Inglaterra.

Finalmente, estabeleceram-se em Tyburn (Londres), onde nos séculos XVI e XVII, várias centenas de mártires – sacerdotes, religiosos e leigos, homens e mulheres – foram executados pelo estado protestante ante a negativa de abdicar a fé católica.

Ao longo da sua vida, a Madre Garnier viveu com um sofrimento físico intenso, tanto que chegou a perguntar se Cristo havia esquecido dela.

Apesar de seus sofrimentos, que incluíram fortes enxaquecas, suas irmãs explicaram que ela continuou alegre e amável com todos e que aconselhava outras irmãs através de suas tribulações.

A ordem religiosa também passou por problemas financeiros e ataques demoníacos, inclusive casos de possessões ou objetos recolhidos e lançados pela casa. Mas Cristo prometeu à Madre Adele Garnier que não permitiria que a sua ordem acabasse.

Em 1922, o Senhor apareceu à religiosa e disse que ela ia sofrer e morrer rápido. Durante os dois anos seguintes, sofreu dores no peito até que ficou confinada em sua cama.

Certa vez, disse que oferecia seus sofrimentos “para que todas as nações cheguem a ser católicas”.

Em 15 de novembro de 1923, em uma hóstia levada por um sacerdote, viu o Coração de Jesus, vivo na Eucaristia. A religiosa morreu 17 de junho 1924.

Atualmente, a ordem contemplativa da religiosa está no mundo inteiro; há conventos na Inglaterra, Escócia, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Peru, Equador, Colômbia, Itália, Nigéria e França.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/religiosa-testemunha-de-varios-milagres-eucaristicos-a-caminho-dos-altares-46449/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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