Religiosa Belga declarada “Justa entre as Nações”

Cerimônia no Memorial do Holocausto em Jerusalém

ROMA, sexta-feira, 4 novembro, 2011 (ZENIT.org) – Uma freira belga foi proclamada “Justa entre as Nações” no memorial do Holocausto “Yad Vashem” em Jerusalém. O anúncio foi feito nos dias passados pelo Vicariato do Patriarcado Latino para os católicos de língua hebraica em Israel.

Irmã Marie-Véronique (nome secular Philomène Smeers) – assim se chamava a religiosa – foi de 1929-1951 superiora do convento das Irmãs do Sagrado Coração de Maria, na La Hulpe (Terhulpen), no sudeste da periferia de Bruxelas. Durante a ocupação alemã, Madre Marie-Véronique escondeu no seu convento jovens judias, salvando-as da deportação para campos de extermínio.

A situação foi extremamente difícil. No inverno, as irmãs cortavam a lenha no jardim para esquentar o mosteiro e a comida era escassa, mas compartilhavam tudo com as meninas. Madre Marie-Véronique morreu em 1973 na venerável idade de 98 anos.

Em uma breve entrevista concedida à Rádio Vaticano, uma religiosa da congregação diocesana, a Irmã Noémie Haussman, traçou a ação da nova “Justa entre as Nações”. “Desde 1942, Madre Marie-Véronique recebeu na pensão da casa Mãe, que tinha na época uma centena de hóspedes, meninas judias com idades entre 7 a 18 anos: um número grande, ainda que infelizmente não se tivesse uma idéia clara de quantas fossem”, assim ela disse.

“Mãdre Marie-Veronique deu-lhes um novo nome e o silêncio absoluto sobre sua situação, de modo que nenhuma delas conhecesse a condição da outra e para que não se soubesse quem tivesse familiares deportados: tudo isso para protegê-las dos nazistas. Com essa decisão corajosa, a superiora foi capaz de mantê-las escondidas durante a guerra, a custo da sua própria segurança: e disso ela estava ciente, porque naquela época se baseava apenas na confiança “, continuou a irmã Noémie. “Assumiu portanto a grande responsabilidade de cristã, de católica: o pouco que podia fazer, estava convencida de ter que fazê-lo, mesmo se arriscando a própria vida.”

“Geralmente, a Igreja estava ao lado da resistência ao nazismo. Havia também por parte dos bispos belgas a indicação de se fazer todo o possível para ajudar as crianças judias, sem batizá-las, e assim nos correspondeu a defesa dos pequenininhos”, lembrou também a irmã. “Sabíamos, de fato, já há muito tempo, que a ideologia nazista era uma ideologia anti-cristã.”

Os católicos, a política e a nova evangelização
Savatore Martinez, presidente do Movimento Carismático na Itália

Roma, 4 de novembro de 2011(www.zenit.org).- O presidente do Movimento Carismático na Itália, Salvatore Martinez, iniciou sua reflexão sobre o papel da igreja e da política com as seguintes palavras: “A igreja não é, e nunca poderia se transformar em um sujeito político”. Como afirma o Santo Padre Bento XVI, “perderia sua independencia e autoridade moral identificando-se como uma única via política, com posições parciais ou opinavéis”.(Discruso de abertura do CELAM, Aparecida, 14 de maio de 2007).

Para Salvatore, a igreja não é chamada a formar partidos porque isso a transformaria em uma religião civil. A Comunidade cristã é chamada a “formar em Cristo novos homens, capazes de fazer nova também a política; homens e mulhers de coração novo, capazes de renovar o coração das instituições políticas.” O que seria um chamado irreversível à uma nova evangelização da política, “para liberar o nosso tempo do espírito do erro que, como potência enganadora, está distorcendo a medida divina do homem e seu destino ao eterno, e continua a multiplicar, as estruturas de pecado.” O presidente do movimento da Renovação Carismática, comentou alguns desafios desta nova evangelização -“impedir a marginalização da fé cristã na vida pública das nações” e continuou -“Não podemos permitir que o papel do cristão leigo seja silenciado e venha relegado à esfera privada.” Outro desafio levantado por ele foi o aspecto economico e comercial da globalização, que estimulando o consumismo irracional, coloca o aspecto material do homem ao centro, prejudicando assim a abertura do próprio homem ao transcendente, à Deus.”

Ele lembrou as palavras de Bento XVI, ao invocar uma nova geração de católicos comprometidos com a política:-“Reitero a necessidade e urgência de formação evangélica e acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos envolvidos na política, que sejam coerentes com a fé professada, que tenham firmeza moral,capacidade de julgar, competência profissional e paixão pelo serviço ao bem comum.”(Discurso ao CPL, Vaticano, 15 de novembro de 2008)

E por fim recordou que o evangelho é a melhor escola de vida leiga para a humanidade, ” porque ninguém como Jesus Cristo ensinou aos homens a arte de viver, de dizer com fatos como se ama, e estar ao lado das pessoas até dar a vida pelos próprios amigos.”

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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