Programa Escola da Fé:23/12/2010

Natal de
Jesus Cristo

O Proto
Evangelho:

“Porei ódio
entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a
cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3, 15)

Anunciado
pelos Profetas:

“Ajuntai-vos
e ouvi, filhos de Jacó. Escutai Israel, vosso pai.. Judá, teus irmãos te
louvarão. Pegarás pela nuca os inimigos; os filhos de teu pai se prostrarão em
tua presença. Filhote de leão, Judá: voltas trazendo a caça, meu filho.
Dobra-se, deita-se como um leão; como uma leoa: quem o despertará? Não se
apartará o cetro de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que
venha aquele a quem pertence por direito, e a quem devem obediência os povos.”
(Gen 49,2. 9-10).

“Dias virão
– oráculo do Senhor – em que farei brotar de Davi um rebento justo que será rei
e governará com sabedoria e exercerá na terra o direito e a eqüidade. Sob seu
reinado será salvo Judá, e viverá Israel em segurança. E eis o
nome com que será chamado: Javé-nossa-justiça! ” (Jer 23,5-6).

“Um renovo
sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele
repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento,
Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor.
(Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.)…

“Elevai a voz
sem receio, dizei às cidades de Judá: Eis vosso Deus!   Eis o Senhor Deus que vem com poder,
estendendo os braços soberanamente. Eis com ele o preço de sua vitória; faz-se
preceder pelos frutos de sua conquista; como um pastor, vai apascentar seu
rebanho, reunir os animais dispersos, carregar os cordeiros nas dobras de seu
manto, conduzir lentamente as ovelhas que amamentam”. (Is 40,9-11) 

“O Espírito
do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me
a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos
cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade;  proclamar um ano de graças da parte do
Senhor, e um dia de vingança de nosso Deus; consolar todos os aflitos” (Is
61,1-2), 

Oráculo de
Balaão – “Eu o vejo, mas não é para agora, percebo-o, mas não de perto: um
astro sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel…” (Nm 24,17).

“Solta
gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e
rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém! O Senhor revogou a
sentença pronunciada contra ti, e afastou o teu inimigo. O rei de Israel, que é
o Senhor, está no meio de ti; não conhecerás mais a desgraça. Naquele dia,
dir-se-á em Jerusalém: Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços! ”
(Sf 3,14-16)

 Então o lobo será hóspede do cordeiro, a
pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um
menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias
repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará
junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide.
Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte.(Is 11)

“Por isso,
o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho,
e o chamará Deus Conosco.

 Ele será nutrido com manteiga e mel até que
saiba rejeitar o mal e escolher o bem.” (Is 7, 14)

O anúncio
do Natal:

“Ave, cheia
de Graça! O Senhor é contigo.”

“Como se
fará isto, pois não conheço varão?” E o Anjo Lhe respondeu: “O Espírito Santo
descerá sobre Ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por
isso o Santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus”.

“Não temas,
Maria, pois achaste graça diante de Deus. Serás Mãe e terás um filho ao qual
darás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o
Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará sobre à casa de Jacó
eternamente; e o seu reino não terá fim” (Mt 1, 20-21).

“José,
filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi
concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome
de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.

Cumpre-se a
Promessa:

“Jacó gerou
José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.” (Mt 1,
16-17).

“Mas quando
veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e
nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que
recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não
és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.” (Gl 4,
4-7)

“E o Verbo
se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho
único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. Todos nós recebemos da
sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a
verdade vieram por Jesus Cristo.” (Jo 1, 1-16)

Por que o
Verbo se fez carne?

A liturgia
do Advento – I – As duas vindas de Cristo:

 “Ele veio uma primeira vez revestido de nossa
fragilidade para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da
salvação. Revestido de sua glória ele virá uma segunda vez para conceder-nos em
plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos”.

1 – O Verbo
se fez carne “tornar-nos participantes da vida divina” (2Pe 1,4).

Santo
Irineu (?202) disse:

“Pois
esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem:
é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a
filiação divina, se torne filho de Deus”. (Adv. haer. 3, 19,1)

2 – O Verbo
se fez carne para a nossa salvação.

O Credo niceno-constantinopolitano,
confessa:

“E por
nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito
Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem” .

São
Gregório de Nissa, do século IV:

 “Doente, nossa natureza precisava ser curada;
decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do
bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso
trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro;
escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que
comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para
visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e
tão infeliz?” (Cat. §457)

“Foi
Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos
pecados” (1Jo 4,10). “O Pai enviou seu Filho como o Salvador do
mundo” (1Jo 4,14). “Este apareceu para tirar os pecados” (1Jo
3,5).

A Carta aos
Hebreus:

“Por isso,
ao entrar no mundo, ele afirmou: Não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém,
formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram de teu
agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui… para fazer a tua vontade”. (Hb 10,5-7;
Sl 40,7-9)”

3 – O Verbo
se fez carne para que conhecêssemos o amor de Deus.

“Nisto
manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para
que vivamos por Ele” (1 Jo 4,9). “Pois Deus amou tanto o mundo, que
deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a
Vida Eterna” (Jo 3,16).

4 – O Verbo
se fez carne para ser nosso modelo de santidade.

“Tomai
sobre vós o meu jugo e aprendei de mim…” (Mt 11,29). “Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo
14,6). E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: “Ouvi-o” (Mc
9,7). Jesus é o modelo e a norma da Nova Lei: “Amai-vos uns aos outros
como eu vos amei” (Jo 15,12).

Encarnação
é a marca fundamental da fé cristã.

 “Nisto reconheceis o Espírito de Deus.
Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus” (1Jo
4,2).

“Quem é
mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que
nega o Pai e o Filho”. (Jo 2, 22).

“Todo
espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do
Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo. (I São João
4,3).

“Muitos
sedutores têm saído pelo mundo afora, os quais não proclamam Jesus Cristo que
se encarnou. Quem assim proclama é o sedutor e o Anticristo” (2Jo1,7).

Liturgia do
Advento:

IA –
Cristo, Senhor e Juiz da História: “Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso
Filho, Senhor e juiz da História, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de
poder e majestade. Naquele tremendo e glorioso dia passará o mundo presente e
surgirá novo céu e nova terra. Agora, e em todos os tempos Ele vem em nosso
encontro presente em cada pessoa humana para que o acolhamos na fé e o
testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu Reino”.

II – A
dupla espera de Cristo –  Predito por
todos os profetas, esperado com amor de mãe pela Virgem Maria, Jesus foi
anunciado e mostrado presente no mundo por São João Batista. O próprio Senhor
nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal, para que sua
chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores.

IIA –
Maria, a nova Eva – Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio
virginal da filha de Sião germinou aquele que nos alimenta com o pão o céu, e
garante para todo o gênero humano a salvação e a paz. Em Maria, é nos dado de novo,
a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos,
a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida. Se
grande era a nossa culpa, bem maior se apresenta a divina misericórdia em Jesus Cristo, nosso
salvador”.

Prefácio do
Natal I – Cristo, luz do mundo – “No mistério da Encarnação do vosso Filho,
nova luz da vossa glória brilhou para nós, E reconhecendo a Jesus como Deus
visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos”.

Prefácio de
Natal II – A restauração universal na Encarnação – ” Cristo, no mistério do
Natal que celebramos invisível em sua divindade, tornou-se visível em nossa
carne. Gerado antes dos tempos, entrou na história a humanidade para erguer o
mundo decaído. Restaurando a integridade do universo, introduziu no reino dos
céus o homem redimido”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.