Por amor a Jesus, ter uma vida de oração

ORAO_1~1A atividade mais importante para a vida é a oração. Não há nada mais necessário do que conversar com Deus.

Jesus gostava tanto de conversar com o Pai que passava noites inteiras nesse colóquio no alto dos montes da Galileia (cf. Mt 6,9).

“É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41); “Pedi e se vos dará” (Mt 7,7).

Jesus nos deu o exemplo:

“Entretanto espalhava mais e mais a sua fama, e concorriam grandes multidões para o ouvir e ser curadas das suas enfermidades. Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar” (Lc 5,15-16).

Orar é uma ordem, um mandamento do Senhor. Sem oração, nenhum de nós fica de pé espiritualmente e ninguém consegue fazer a vontade de Deus. A razão é muito clara: “Porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

Jesus deixou claro: esse “nada” indica que, por nós mesmos, não conseguiremos fazer o bem e, pior ainda, evitar o mal. São Paulo insistiu:

“É Deus que opera tudo em todos” (1Cor 12,6).

São Tomás de Aquino disse que todas as graças que o Senhor, desde a eternidade, determinou conceder-nos, não as quer concedera não ser por meio da oração. “A oração é necessária”, disse o santo, “não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, reconhecendo-O como o único autor de todos os bens”.

Quando o Senhor manda: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis” (Mt 7,7), no fundo, Ele deseja que reconheçamos que só Ele é o autor dos nossos bens e que, portanto, devemos só a Ele recorrer. É por isso que desagradamos profundamente a Deus todas as vezes que buscamos socorro fora Dele, especialmente nas práticas idolátricas, adivinhação, invocação dos mortos, horóscopo – e em outras práticas, sendo infiéis a Deus.

Toda a tradição da Igreja e as Escrituras condenam toda e qualquer busca de poder fora de Deus, por ser exatamente essa a característica do paganismo (cf. 1 Cor 10,20; Dt 18,10-13).

Por outro lado, aquele que ora, manifesta confiança em Deus, como o salmista disse: “Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele: e ele agirá” (Sl 36,5).

O velho Tobias afirmava: “Pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade” (Tb 4,20).

Feliz o cristão que adquiriu o hábito de conversar, coração a coração, familiarmente, com Deus. Isso é orar, falar com Deus coração a coração, em todas as circunstâncias.

Deus quer que conversemos com Ele, diz Santo Afonso de Ligório, e quer ser tratado como amigo íntimo. Ninguém nos ama tanto como Ele e até as nossas pequenas coisas Lhe interessam.

É preciso ser transparente diante do Senhor, abrindo-Lhe o coração com toda a liberdade e confiança. Diz o livro da Sabedoria que “Deus antecipa-se e dá-se a conhecer aos que O desejam” (Sb 6,13).

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A importância da oração

São Paulo expressou tudo isso em poucas palavras:

“Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo” (1Ts 5,16,18).

Podemos e devemos, assim, conversar com Deus em todas as ocasiões: na alegria e na dor, na penúria e na fartura, na saúde e na doença, pedindo, agradecendo, louvando, bendizendo, cantando…

Podemos orar quando estamos no carro, na bicicleta, na cozinha, no silêncio do quarto, na rua… E Deus estará sempre acolhendo nossa oração e nos respondendo. Nenhuma oração feita com o coração fica sem resposta.

Enfim, a oração é a força do homem, é o caminho mais simples para receber os dons de Deus. Sem oração não há vitória no trabalho para Deus.

Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, viveu 91 anos. Escreveu mais de cem livros e disse que, se em toda a sua vida tivesse de fazer uma só pregação, essa seria sobre a oração.

Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus. Ela é a nossa força; por ela os santos chegaram à santidade; e, sem ela ninguém experimentará a glória e o poder de Deus.

A oração é para a alma o que o ar é para o corpo. Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida. Ninguém pode servir a Deus sem muita oração, pela simples razão de que é Ele, e somente Ele, que realiza todas as coisas; nós somos apenas seus instrumentos.

Quanto mais comungamos com Ele pela oração, mais nos tornamos um instrumento útil em suas santas mãos. É uma grande ilusão querer fazer algo por Deus e para Deus, sem rezar.

Esta é a maior tentação que sofremos: rezar pouco, não rezar ou rezar mal. A oração pode mudar todas as coisas; pois, o próprio Anjo Gabriel disse à Maria: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37).

“Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23), nos garantiu o Senhor.

“Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).

São Paulo recomenda com insistência: “Orai em todo o tempo” (Ef 6,18), “perseverai na oração” (Col 4,2), “orai sempre e em todo o lugar” (1Tim 2,8).

“Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens (…)” (1Tim 2,1).

E São Pedro nos adverte:

“Lançai em Deus todas as vossas preocupações porque Ele tem cuidado de vós” (1Pe 5,7).

O Papa Paulo VI disse certa vez:

“Quando consideramos as mais verdadeiras, mais profundas e, ao mesmo tempo, mais negligenciadas necessidades dos homens do nosso tempo, não podemos deixar de concluir pelo primado da oração no campo da atividade multiforme da Igreja”.

“A Igreja é a sociedade dos homens que oram. Seu principal objetivo é ensinar a rezar”.

“A Igreja proclama a identidade entre a oração e a caridade; afirma Bossuet: É certo que não existe senão a caridade que ora” (L’Osservatore Romano, 21/07/1966).

O grande pregador de Notre Dame de Paris, Padre De Ravignân S.J., dizia:

“Meus queridos amigos, acreditem-me, depois da experiência de 30 anos de ministério, eu sinto o dever de notificar e testemunhar o seguinte:

Todas as defecções e todas as deficiências; todas as misérias e todas as falhas; todas as quedas assim como os passos mais horríveis fora do caminho reto, tudo isto deriva de uma única fonte: falta de constância na oração.

Vivam uma vida de oração; aprendam a transformar qualquer coisa na oração, quer os sofrimentos, quer as dores e qualquer tipo de tentação.

Rezem na calma e na tempestade, rezem à noite como ao longo do dia, rezem indo e voltando, rezem embora se sintam cansados e distraídos.

Rezem também a contragosto e peçam a Jesus que agoniza no Jardim das Oliveiras e no Calvário aquela força e aquela coragem de rezar que Ele nos mereceu com suas dores e seu sangue.

Rezem, porque a oração é a força que salva, a coragem que dá a perseverança, a mística ponte lançada por Deus sobre o abismo que separa a alma de Deus”.

Para os pregadores Santo Agostinho recomendava:

“Ser orante, antes de ser orador”.

“Falar com Deus, mais do que falar de Deus”.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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