Políticos abortistas não são confiáveis, diz cardeal Cipriani

Esclarecimento
frente às próximas eleições no Peru

LIMA,
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) – O cardeal Juan Luis Cipriani, arcebispo de
Lima, afirmou que “aqueles que querem matar as crianças não estão
preparados para governar”, em resposta a posições pró-aborto de um
candidato a presidente da República do Peru nas eleições gerais convocadas para
10 de abril.

O purpurado
respondeu desta forma às polêmicas propostas de legalização do aborto e das
drogas, feitas pelo candidato de Peru Posible, Alejandro Toledo, quem depois
tentou matizar ou retificar a sua posição.

“Quando
falamos sobre o aborto, falamos de eliminar uma vida, e a Igreja nos indica –
no quinto mandamento – não matar. Portanto, a posição da Igreja não é objeto de
uma religião somente, porque o aborto é contra a lei natural, que pede que
respeitemos a vida desde o primeiro momento da concepção”, disse ele em seu
programa de rádio “Diálogo da Fé”, emitido pela RPD.

O arcebispo
de Lima também lembrou que a Constituição política do Peru ampara a vida desde
o primeiro momento da concepção, reconhecendo o concebido como sujeito de
direito.

“Felizmente,
as pessoas simples ainda têm essa sensibilidade, amam seus filhos, os educam e
os amam. Portanto, no instante da concepção já há um ser humano, e não podemos,
de forma fácil e superficial, dizer que é uma questão sobre a qual temos de
discutir. Coloque-se em primeira linha como voluntário para a morte, mas não
decidamos, em uma campanha política, quem vai nascer que não vai nascer.”

No que diz
respeito às posições que sustentam que a mãe “tem a liberdade de
abortar”, lembrou que nesta delicada questão entram em jogo duas
liberdades: a da mãe e a do concebido, sujeito de direito.

“A
liberdade da criatura somos nós que devemos defender. A criança não tem voz, e
a medicina diz que há uma vida separada da mulher. Nós não podemos, nem de
longe, pretender estabelecer qualquer tipo de padrão por meio do qual podemos
eliminar uma vida: isso se chama aborto”, enfatizou.

Referindo-se
às posições do líder do Peru Posible, o cardeal considerou “que foi uma
falha grave, sobre a qual é preciso pedir uma resposta clara e determinante de
um dos candidatos, o Dr. Toledo, que disse isso. Infelizmente, às vezes dizem
uma coisa e outra e, como todos, ele também pode mudar de opinião, mas então
deve claramente rejeitar o aborto.”

“Deem
as crianças para mim”

O arcebispo
de Lima propôs também alternativas de acolhimento para crianças que não são
desejadas pelas mães.

“Posso
garantir-lhes que o drama da marca que um aborto deixa acompanha a pessoa a
vida inteira. Minha experiência sacerdotal confirma isso: muitas mulheres vivem
suas vidas inteiras em terapias psicológicas para recuperar-se do processo de
um aborto.”

“Acho
que existem muitas alternativas para acolher a criança em um lar, um orfanato,
muitas iniciativas para apoiar esta situação, mas afastemos a tragédia do
aborto da discussão sobre a eleição do país. A Igreja continua sendo clara e os
bispos dizem a todos os fiéis: se você se considera um católico, diga ‘não!’ ao
aborto, e o candidato que não for claro não é um homem confiável. Existem
clínicas de apoio e acolhimento para que, nos primeiros meses de gravidez, não
se caia na tentação de achar que a solução é matar a criatura”,
continuou. 

Por outro
lado, o cardeal Cipriani lamentou a proposta de legalizar as drogas, lembrando
que a droga “é um vício que destrói famílias”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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